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“Não há Portugal B, e não há planeta B”. Marcelo pede urgência no combate às alterações climáticas

Marcelo Rebelo de Sousa falava na Cimeira da Ação Climática, convocada pelo secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, para que sejam apresentados pelos participantes planos concretos para cumprir os objetivos estabelecidos no Acordo de Paris.
Cristina Bernardo
23 Setembro 2019, 19h26

O Presidente da República afirmou hoje, nas Nações Unidas, em Nova Iorque, que Portugal foi o primeiro país a comprometer-se a ser neutro em carbono até 2050 e pediu urgência no combate global às alterações climáticas.

“Já se perdeu demasiado tempo. A complacência e a indiferença já não são toleráveis”, considerou.

Marcelo Rebelo de Sousa falava na Cimeira da Ação Climática, convocada pelo secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, para que sejam apresentados pelos participantes planos concretos para cumprir os objetivos estabelecidos no Acordo de Paris.

“Nós fomos os primeiros a comprometer-nos a ser neutros em carbono até 2050, adotando e implementando o Roteiro para a Neutralidade Carbónica 2050 como estratégia de longo prazo para a redução das emissões de gases com efeito de estufa, que apresentámos com um ano de avanço”, afirmou, perante dezenas de líderes mundiais.

“E por uma simples razão: porque não há Portugal B, e não há planeta B”, acrescentou.

Na sua curta intervenção, Marcelo Rebelo de Sousa apresentou de forma sintética o Roteiro para a Neutralidade Carbónica 2050 que foi aprovado em Conselho de Ministros na sua versão final em junho deste ano, depois de um período de discussão pública.

O Presidente da República referiu que a neutralidade carbónica até 2050 será alcançada “através da total descarbonização do sistema eletroprodutor e da mobilidade urbana e através do reforço da capacidade de sequestro de carbono pelas florestas e por outros usos do solo”.

“A próxima década é crítica. Por isso, reforçámos a nossa ambição para 2030 com o objetivo de reduzir as emissões de gases com efeito de estufa em 50% em comparação com 2005, atingir uma meta de eficiência energética de 35%, e ter 80% da eletricidade gerada por fontes de energia renovável, incluindo uma total eliminação do carvão”, salientou.

O Presidente da República referiu ainda que Portugal já alcançou 54% de energias renováveis na produção elétrica, impôs uma taxa de carbono, começou a eliminar os subsídios aos combustíveis fósseis, e está a reparar a degradação dos ecossistemas marinhos.

“O nosso objetivo é a neutralidade carbónica até 2050, envolvendo a sociedade civil, o setor privado, preservando os habitats naturais e a biodiversidade e criando emprego”, resumiu.

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