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Irão pede ao setor petrolífero que se prepare para ataques norte-americanos

O ministro iraniano do Petróleo pediu a todas as empresas e instalações do setor petrolífero para estarem “totalmente alerta” face a um possível ataque físico ou cibernético.
Raheb Homavand / Reuters
29 Setembro 2019, 16h19

O ministro iraniano do Petróleo, Biyan Zangané, pediu hoje a todas as empresas e instalações do setor petrolífero do país para estarem “totalmente alerta” face a um possível ataque físico ou cibernético dos Estados Unidos.

Zangané, que recentemente supervisionou a segurança de várias refinarias, ordenou que todas “as medidas administrativas, técnicas e operacionais necessárias para proteger as instalações” sejam adotadas de imediato.

As declarações do ministro iraniano foram feitas na sequência da ponderação que os Estados Unidos admitiram estar a fazer sobre a possibilidade de realizar um ataque seletivo contra o Irão que, entre opções, inclua ataques cibernéticos contra refinarias e outras instalações do setor de energia.

A avaliação dos Estados Unidos surge como represália pelos ataques, em 14 de setembro, contra duas instalações da companhia de petróleo saudita Aramco, pelas quais os EUA e a Arábia Saudita responsabilizam o Irão, embora este país negue qualquer envolvimento.

Biyan Zangané sublinhou ser necessário estar preparado para “enfrentar situações de emergência e minimizar qualquer dano, quer nas instalações, quer dos habitantes” da área, avançou a agência oficial iraniana IRNA.

A tensão entre Teerão e Washington tem estado a aumentar desde o ano passado, quando o Presidente dos EUA, Donald Trump, retirou o país do acordo nuclear de 2015 e impôs novamente sanções ao Irão.

O acordo de 2015, concluído após vários anos de esforços diplomáticos, prevê uma limitação do programa nuclear iraniano em troca do levantamento das sanções internacionais contra o país.

No entanto, em maio de 2018, os Estados Unidos decidiram retirar-se unilateralmente do acordo e restabeleceram sanções punitivas contra o Irão, impedindo a recuperação económica pretendida por Teerão.

Um ano depois, em maio deste ano, e após ter aguardado sem sucesso que as outras partes do acordo – França, Reino Unido, Alemanha, Rússia e China e União Europeia – ajudassem o país a contornar as novas sanções norte-americanas, o Irão anunciou que ia alterar progressivamente alguns dos compromissos assumidos.

No início de julho, Teerão anunciou o aumento do limite imposto às suas reservas de urânio enriquecido para 4,5%, ultrapassando o máximo autorizado pelo acordo (3,67%).

O chefe da diplomacia iraniana, Mohamad Yavad Zarif, garantiu, numa entrevista dada no sábado à estação norte-americana NBC, que os Estados Unidos “começaram uma guerra cibernética”, garantindo, sem fornecer pormenores, que instalações nucleares foram atacadas “de uma maneira muito perigosa e irresponsável, que poderia ter matado milhões de pessoas”.

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