A PróToiro – Federação Portuguesa de Tauromaquia garantiu nesta quinta-feira estar “disponível para iniciar um diálogo civilizado e construtivo com o Ministério da Cultura”, pois apesar da continuidade da ministra Graça Fonseca “que, como se sabe, sempre hostilizou o setor tauromáquico”, os dirigentes dessa entidade dizem acreditar e ter esperança de que “as posições pessoais e institucionais não voltarão a ser confundidas”.
Reagindo à continuidade da tutela do setor tauromáquico no XXII Governo Constitucional, a PróToiro espera que o Executivo liderado por António Costa irá cumprir com “aquilo a que está obrigado constitucionalmente”, ou seja, a “valorização e promoção de todas as formas de Cultura, sem discriminação ou determinismos ideológicos”. Esta é, segundo os dirigentes da PróToiro, uma “demonstração de boa-fé de quem acredita que o Governo e seus representantes são pessoas de bem, apesar dos exageros do passado”.
Prestes a ser reempossada como ministra da Cultura, Graça Fonseca deixou ao longo da última legislatura muito claro o que pensa das touradas. “A tauromaquia não é uma questão de gosto, é uma questão de civilização”, disse a governante, intransigente na redução do IVA para os espetáculos tauromáquicos. Apesar desta posição ser dominante no PS, o primeiro-ministro António Costa chegou a responder a Manuel Alegre, através de uma carta aberta, que embora rejeite a tourada “como manifestação pública de uma cultura de violência ou de desfrute do sofrimento animal” prefere “conceder a cada município a liberdade de permitir ou não a realização de touradas no seu território à sua pura e simples proibição legal”.
Também na mira da Federação Portuguesa de Tauromaquia está a nova composição da Assembleia da República, “da qual se retira a necessidade premente de acordos pontuais para a aprovação de medidas por parte do Governo”. A PróToiro garante que “vai estar também atenta a manobras de bastidores e negociações com partidos de matriz proibicionista, contrários aos valores da Liberdade e da Democracia em que, felizmente, ainda vivemos”.
Na noite eleitoral foi sublinhado pelo dirigente do PAN – Pessoas, Animais, Natureza, André Silva, que a próxima Assembleia da República teria em minoria as “forças conservadoras”, referindo-se ao PSD, CDS e PCP, tradicionalmente os partidos políticos mais ligados ao setor da tauromáquico.
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