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Fórum para a Competitividade vê desaceleração económica no terceiro trimestre

Associação defende suspensão de aumentos do salário mínimo se desemprego subir acima de 7%.
4 Novembro 2019, 15h01

O Fórum para a Competitividade (FpC) calcula que no terceiro trimestre “a economia portuguesa deverá ter desacelerado de 1,9% para entre 1,7% e 1,9% em termos homólogos”.

Numa nota de conjuntura divulgada esta segunda-feira, a associação liderada por Pedro Ferraz da Costa indica que os dados do trimestre “apontam para uma desaceleração da economia, já não só do lado das contas externas, afectadas pelo cenário de generalizada desaceleração da economia europeia e mundial, mas também pela procura interna, que começa a ser contagiada por aquelas”.

Até Agosto de 2019, o saldo externo do país diminuiu para 685 milhões de euros, face a 2717 milhões no período homólogo. Já o desemprego subiu em setembro, de 6,4% para 6,6%, com o aumento da população ativa a superar o crescimento do emprego. “Não se deve extrapolar demasiado destes dados, mas parece notar-se aqui quer um enfraquecimento da economia, quer a dificuldade do desemprego baixar para valores inferiores aos da taxa natural de desemprego (entre 6% e 7%)”, refere o FpC.

A nota de conjuntura analisa também as subidas do salário mínimo. Pelos cálculos do FpC, entre 2015 e 2019 o salário mínimo teve uma subida extraordinária acumulada de 19%, quando a inflação acumulada foi de apenas 4%, o que implica uma subida do salário mínimo em termos reais de 14%. “No mesmo período o crescimento acumulado da produtividade foi baixíssimo, apenas 1,7%, o que é menos do que vários países de Leste conseguem em apenas um ano e que espelha um dos problemas mais graves da nossa economia”.

O FpC recomenda assim que as associações patronais, ainda que concordem com novos aumentos do salário mínimo, exijam duas cláusulas de salvaguarda. Por um lado, as subidas extraordinárias devem ser “suspensas se a taxa de desemprego subir acima dos 7%”. Por outro, uma diminuição das contribuições para a Segurança Social no interior, “onde é muito mais difícil de absorver estas subidas extraordinárias dos salários”.

A associação considera “provável” que uma desaceleração da economia internacional conduza a um enfraquecimento da economia portuguesa e possa trazer uma subida da taxa de desemprego. “Nesse contexto, subidas extraordinárias dos salários revelar-se-iam muito perigosas, podendo potenciar um aumento adicional do desemprego, criando um peso significativo nas contas públicas, para além do custo humano”.

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