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Catalunha: PSOE à espera de um golpe de teatro

As últimas sondagens, algumas delas ‘clandestinas’, colocam o candidato do Partido Socialista da Catalunha, o antigo ministro da Saúde Salvador Illa, em primeiro lugar.
14 Fevereiro 2021, 19h14

Com as urnas já fechadas, o chefe do governo espanhol Pedro Sánchez, está à espera de um golpe de teatro na Catalunha: a vitória do ‘seu’ candidato, o ex-ministro da Saúde Salvador Illa, que surge em primeiro lugar em algumas sondagens. A fazer uma corrida ‘de trás para a frente’, Salvador Illa tem vindo a aproximar-se dos partidos independentistas e pode vir a conseguir uma surpreendente vitória – é pelo menos isso que indicam algumas sondagens, que, em período já proibido, chegam a público disfarçando o nome dos candidatos e dos partidos a que pertencem recorrendo aos nomes de frutos e de animais.

Se acontecer esta vitória do Partido Socialista da Catalunha isso será também uma grande vitória para Pedro Sánchez, que assim conseguirá fazer sair o partido irmão do PSOE dessa espécie de clandestinidade em que tem vivido nos últimos anos.

De qualquer modo, vencer pode não querer dizer governar. Salvador Illa pode vir a passar pela mesma perturbação por que passou Ines Arrimadas quando venceu as eleições anteriores, em 2017, pelo Cidadãos, mas nunca conseguiu uma maioria para formar governo – aliás, nem sequer o tentou. Mesmo assim, uma possível vitória do PSC será um mau indicador para os partidos independentistas, nomeadamente a Esquerda Republicana da Catalunha (ERC) e o Junts per Catalunya – que assim voltariam a não conseguir liderar uma estratégia de confrontação com Madrid encabeçando todos os descontentes com a situação da Generalitat.

 

Vox em quarto

O que também parece certo é que a extrema-direita do Vox irá passar a ser a quarta força política da região. As sondagens indicam que aquele partido vai ultrapassar tanto o Cidadãos como o Partido Popular da Catalunha e passar a ocupar entre 9 e 10 lugares no Parlamento catalão, que tem 135 lugares.

Uma fonte próxima do governo da Catalunha disse ao JE que “esta é a maior surpresa das eleições de 14 de fevereiro”, uma vez que até agora o extremismo de direita nunca conseguiu grandes resultados na Catalunha.

Entretanto, e segundo tudo indica, a vitória absoluta deve mesmo ir para às mãos da abstenção – num quadro em que os tribunais não permitiram que as eleições fossem adiadas para 30 de maio.

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