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Balança de pagamentos vê saldo conjunto situar-se em 256 milhões de euros em 2020

De acordo com os dados, no total do ano, as exportações de bens e serviços mostraram uma queda de 20,4%, sendo de 10% nos bens e de 37,2% nos serviços, enquanto as importações diminuíram 15,1%, sendo de 13,3% nos bens e de 22,6% nos serviços.
17 Fevereiro 2021, 11h55

O saldo conjunto da balança corrente e de capital, no ano de 2020, situou-se em 256 milhões de euros, o que compara com o excedente de 2591 milhões de euros registado em 2019, segundo os dados divulgados pelo Banco de Portugal (BdP) esta quarta-feira, 17 de fevereiro. O gabinete sustenta ainda que os excedentes observados nas balanças de serviço, rendimento secundário e de capital superaram os défices da balança de bens e de rendimento primário.

De acordo com os dados, no total do ano, as exportações de bens e serviços mostraram uma queda de 20,4%, sendo de 10% nos bens e de 37,2% nos serviços, enquanto as importações diminuíram 15,1%, sendo de 13,3% nos bens e de 22,6% nos serviços. “Neste período, o défice da balança de bens diminuiu 4100 milhões de euros face ao período homólogo, fixando-se em 12186 milhões de euros. Contudo, o excedente da balança de serviços reduziu-se em 9242 milhões de euros, para 8603 milhões de euros. Esta redução foi maioritariamente justificada pelo decréscimo acentuado do saldo da rubrica viagens e turismo, de 8150 milhões de euros”, indica o BdP.

Por sua vez, no mês de dezembro, as exportações e as importações de bens e serviços registaram decréscimos homólogos de 16,1%, decréscimos de 8,1% nos bens e de 29,1% nos serviços, e 7,5%, decréscimos de 7,6% nos bens e de 7,0% nos serviços, pela mesma ordem. No último mês do ano destacou-se a redução do saldo das viagens e turismo em 351 milhões de euros, resultante de decréscimos de 51,0% nos créditos e de 46,5% nos débitos.

No total do ano, o défice da balança de rendimento primário reduziu-se 2095 milhões de euros relativamente ao período homólogo, para 3034 milhões de euros. “A diminuição do défice foi, em grande medida, justificada pela redução do pagamento de rendimentos de investimento a entidades não residentes. O excedente da balança de rendimento secundário decresceu 152 milhões de euros, devido sobretudo à evolução das transferências correntes, nomeadamente pelo aumento da contribuição para o orçamento da União Europeia. Por seu turno, o saldo da balança de capital cresceu 862 milhões de euros face ao mesmo período do ano anterior, em resultado, principalmente, de um aumento dos recebimentos de fundos comunitários”, revela o gabinete.

O BdP adianta ainda que até dezembro o saldo da balança financeira registou um aumento dos ativos líquidos de Portugal face ao exterior no valor de 780 milhões de euros, sendo que esta subida deveu-se ao contributo dos bancos portugueses, caracterizado por um aumento de ativos, através do investimento em títulos de dívida emitidos por estados-membros da União Monetária, e por uma redução de passivos, através da diminuição de depósitos de não residentes e de amortizações de empréstimos face ao Banco Europeu de Investimento (BEI).

“Em sentido contrário, verificou-se um aumento de passivos do Banco de Portugal junto do Eurosistema e do investimento de não residentes em títulos emitidos por empresas portuguesas. Simultaneamente, destacam-se os empréstimos obtidos pelo setor das administrações públicas no âmbito do instrumento SURE”, adianta ainda o relatório do BdP.

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