[weglot_switcher]

Juros das dívidas soberanas disparam com ‘sell off’

As ‘yields’ continuam a subir com a perspectiva que as medidas de Donald Trump aumentem a despesa pública e a inflação.
11 Novembro 2016, 08h52

A ‘yield’ das Obrigações portuguesas a 10 anos continua a subir pelo segundo dia consecutivo, acompanhando a subida do prémio de risco nas demais yields à escala global, com receios que as futuras políticas comerciais protecionistas e de investimento público de Donald trump possam vir a causar um aumento de inflação.

Os mercados acionistas estão a recuperar em grande força do choque inicial com a vitória do candidato Republicano Donald Trump nas Presidenciais dos EUA. Os investidores estão a focar-se no tom conciliador do seu discurso de vitória e do potencial efeito económico de algumas das suas promessas que incluem cortes de impostos, maior investimento em infraestruturas e defesa, e a potencial desregulação do sector financeiro.

Conforme refere Steven Santos, gestor do BiG, “se Trump materializar a sua agenda protecionista, haverá maiores barreiras à importação de bens e serviços, o que se traduz ao fim de pouco tempo em mais inflação. Os custos alfandegários deverão aumentar para bens provenientes de países como a China, o México e a Africa do Sul, o que gera inflação nos produtores e, subsequentemente, consumidores norte-americanos. O investimento em infra-estruturas pesadas também será forte, o que vai gerar mais oferta de emprego num mercado com pouca disponibilidade, o que deverá provocar aumento dos salários”.

A inflação é vista tradicionalmente como uma das principais penalizadoras do retorno no mercado de ‘fixed income’.

Segundo o BPI, “os investidores parecem focar-se mais na intenção do novo Presidente em reduzir os impostos, diminuir a regulamentação de diversos sectores e delinear um ambicioso plano de infra-estruturas. De uma forma geral, estas medidas teriam um impacto positivo na economia e nos lucros de diversas empresas. A interpretação do mercado obrigacionista parece ser a mesma. As yields americanas continuam a subir com a perspectiva que as medidas que referimos aumentem a despesa pública e a inflação”.

As ‘yields’ das dívidas poruguesa, espanhola e alemã sobem 7,3; 6,1 e 3,5 pontos base, respetivamente, para 3,474%, 1,463% e 0,317%.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.