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Trump e o novo assessor de segurança nacional: Unidos pelo waterboarding

A presença de Flynn na Casa Branca é preocupante, não só pela sua “abertura a métodos de tortura”, mas também pela sua postura em relação aos muculmanos.
REUTERS / Carlo Allegri
18 Novembro 2016, 19h16

O novo presidente dos EUA, Donald Trump, convidou o general reformado Michael Flynn para ocupar o posto de assessor de segurança nacional, um cargo bastante relevante.

Flynn foi um dos principais assessores de Trump nos assuntos de segurança nacional, onde os imigrantes mexicanos e muçulmanos foram personagens principais.

A organização não governamental Human Rights Watch (HRW) criticou fortemente esta escolha do presidente por mostrar “um profundo desrespeito pelos princípios dos direitos humanos”. A crítica estende-se à nomeação de Stephen Bannon como estrategista e assessor sénior, um homem acusado de racismo e de fazer parte de grupos defensores da supremacia caucasiana.

Apesar de ainda não ter aceite o convite do presidente, a possibilidade de um ‘sim’ preocupa uma vez que em diversas ocasiões, ambos Trump e Flynn, afirmaram não excluir a possibilidade de uso de waterboarding, uma simulação de afogamento.

Em novembro do ano passado, o então candidato à presidência mostrou apreço por esse método que foi usado pela agência de inteligência do país (CIA) na obtenção de informações sobre atentados terroristas pós-11 de setembro, no entanto, em 2006, esta prática foi abandonada, pelo menos oficialmente, por ter sido considerado uma espécie de tortura.

“O presidente eleito está a destruir os compromissos dos Estados Unidos com as leis internacionais que foram violadas em detrimento do país”, pontuou, e muitas das propostas da sua campanha “constituem tortura e crimes de guerra”, reporta a HRW.

A presença de Flynn na Casa Branca é preocupante, não só pela sua “abertura a métodos de tortura”, mas também pela sua postura em relação aos muculmanos.

O militar mostrou-se alinhado com as políticas de Trump nas questões relacionados com o uso da tortura, a possibilidade de se banir a entrada de muçulmanos nos EUA e, em marcar como alvo a família de suspeitos de terrorismo, segundo se entende numa entrevista recente do “The Intercept”.

Flynn sublinha que o alvo das suas declarações são os “radicais islâmicos”, um termo cujo uso e definição exata tem sido extremamente debatido na esfera do governo dos EUA e na comunidade internacional.

É este cenário de incerteza que tem deixado os líderes globais tensos e atentos aos próximos passos de Trump na Casa Branca.

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