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Caso Lava Jato: “Cérebro financeiro” da Petrobras detido em Madrid

Arguido era procurado pela Interpol pelos crimes de branqueamento de capitais, corrupção ativa e organização criminosa.
22 Novembro 2016, 18h00

A polícia espanhola anunciou, esta terça-feira, que prendeu durante o fim-de-semana, em Madrid, o presumível “cérebro financeiro” por detrás do escândalo financeiro da empresa brasileira Petrobras.

Segundo avança a imprensa espanhola, trata-se de um advogado de dupla nacionalidade (espanhola e brasileira) de 43 anos, identificado com as iniciais R.T.D. Foi detido num hotel da capital espanhola, após ter dado entrada no país, vindo dos Estados Unidos.

A detenção do arguido foi uma ação conjunta da Guardia Civil e da Interpol, que já há algum tempo estava a investigador o suspeito pelo desvio de mais de 50 milhões de reais (cerca de 14 milhões de euros) para dar a partidos políticos. Alegadamente, terá sido também o responsável pelo pagamento de comissões como contrapartida para a adjudicação de obras no Brasil e no estrangeiro.

De acordo com a agência de notícias francesa AFP, o suspeito detido é Rodrigo Tacla Duran, “apontado como um dos operadores das offshores criadas” pela BTD Odebrecht. Duran é “suspeito de ter trabalhado por anos no setor de propinas da Odebrecht e de ter operado pelo menos 12 contas no exterior”.

O detido deve comparecer em tribunal nos próximos dias para decidir se deve ser extraditado ou não para o Brasil, onde vai responder pelos crimes que lhe são imputados no âmbito da Operação Lava Jato. Está indiciado pelos crimes de branqueamento de capitais, corrupção ativa e organização criminosa.

Considerado o maior esquema de corrupção da história do Brasil, o caso Lava Jato envolve várias empresas, em especial a Petrobras – a petrolífera de participação estatal que é também uma das maiores empresas a nível mundial –, e uma dezena de personalidades políticas, como o ex-presidente Lula da Silva, e diversos empresários.

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