O PSD vai ter candidato próprio à Câmara de Lisboa, disse esta semana Pedro Passos Coelho. Esse tema foi alvo de análise por Marques Mendes na SIC.
“Sabe-se que o último convidado foi José Eduardo Moniz, aparentemente ou está em reflexão ou já disse que não”, revelou Luís Marques Mendes. A notícia foi avançada esta semana pelo Jornal Económico.
O comentador no seu habitual espaço de opinião citou uma sondagem do Correio da Manhã, que diz que a maioria dos militantes do PSD queria uma coligação com o CDS, “e saiu uma outra sondagem recente que dava a Fernando Medina teria mais de 50% dos votos ou seja, uma confortável maioria absoluta”. A demora na escolha do candidato do PSD, pode explicar isto, diz Marques Mendes.
Descida da TSU, o acordo de concertação social e posição do PSD
Marques Mendes começou por apontar críticas ao PS que não falou com os partidos sobre o acordo de concertação social, mas depois apontou baterias ao PSD. O comentador considera “um monumental erro” a posição do PSD sobre a TSU. Porque este é “o partido que valoriza a concertação social e esta posição do partido liderado por Pedro Passos Coelho põe em causa acordos futuros”, disse.
“É uma grande incoerência do PSD”, considera o comentador sobre o anúncio do PSD de que vai votar contra a descida da TSU se a medida for levada à votação parlamentar pelos partidos da geringonça, BCP e Bloco de Esquerda.
Marques Mendes lembrou que no ano passado o PSD absteve-se na votação de uma medida semelhante “É o DL 11/2016 de 8 de março”, que só passou porque o maior partido do Parlamento se absteve. “Como é que o PSD explica que no espaço de 8 meses sob a mesma matéria muda de opinião?”.
Pedro Passos Coelho está a ser pressionado para se abster nesta votação da descida da TSU também por muitas das franjas do PSD, segundo notícias deste domingo. Marques Mendes é desta opinião.
A descida acordada com os parceiros sociais é de 1,25% da Taxa Social Única que as empresas pagam à Segurança Social por cada trabalhador.
O comentário de Marques refere-se à decisão do PSD que pode pôr em causa a concertação social cujo acordo foi assinado pelo Governo (descida da TSU em troca do aumento do salário mínimo) sem falar com os outros partidos e que volta a contar com a oposição dos partidos da geringonça (que suportam o Governo no Parlamento).
“O que vai acontecer é que o Governo vai amanhã enviar para a Presidência da República para promulgação o Decreto-lei da redução da TSU”, disse Marques Mendes. “Esta medida é importante para a concertação social, para as PME que são o eleitorado do PSD, para as Misericórdias e IPSS”, diz o comentador na SIC.
“O Governo vai aproveitar para desgastar o PSD, porque todos foram coerentes, menos o PSD”, considera o comentador que tenta apelar a que o líder do maior partido do Parlamento recue.
Juros da dívida
“É muito mau Portugal ter emitido 3 mil milhões a 10 anos com taxa de juros superior 10%”, disse. Depois comparou com a Irlanda onde os juros num ano caíram 15% e Espanha que teve uma redução de 22% nos juros, e Portugal entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017 viu os juros subirem 46%. “O Governo diz que o problema é da conjuntura externa, mas essa é a mesma para Portugal, Espanha e Irlanda”, diz Marques Mendes que refere que é um problema de falta de confiança na economia e na geringonça, é falta de crescimento económico. “Foi por aqui que começou o resgate há uns anos atrás”, lembra o comentador.
Novo Banco
“O Governo andou bem com a linha vermelha, ou seja não vender com garantia do Estado, e o Banco de Portugal também andou muito bem, ao escolher aprofundar as negociações”, disse Marques Mendes.
“Temos que esperar as negociações e ela vão demorar”, disse.
Marques Mendes voltou a manifestar-se contra a nacionalização do Novo Banco, e aqui está em sintonia com o PSD que já se manifestou contra a nacionalização do banco de transição.
“É preciso pagar para nacionalizar e depois é preciso capitalizar, e isso afecta as contas públicas”, pelo que não é alternativa à garantia bancária, diz o comentador na SIC.
“Portugal está prestes a apresentar um défice abaixo dos 2,5% (a sair do procedimento do défice excessivo), se nacionalizasse já não saia do procedimento de ter um défice abaixo dos 3%, e Bruxelas ia colocar condições de tal maneira exigentes que ia desmantelar o banco”, lembrou Marques Mendes para justificar a sua opinião.
“Vamos ver se as negociações dão uma venda que não seja má para o interesse público”, vaticina Marques Mendes que apresenta alternativas: “prolongar a situação do banco de transição durante dois ou três anos, a lei permite, se calhar Bruxelas permite”.
Marques Mendes citou João Galamba e Carlos César para defender que se crie o banco mau para o sector, para limpar o Novo Banco. “Pode ser uma alternativa” , considera o comentador.
A nacionalização do BPN há 9 anos custou cinco ou seis mil euros aos contribuintes, disse Marques Mendes.
Recorde-se que o Novo Banco precisa de um aumento de capital este ano, na ordem dos 750 milhões de euros, segundo notícias já divulgadas.
Almeida Santos
A Assembleia República vai baptizar o seu auditório com o nome do socialista António de Almeida Santos, numa “justíssima homenagem”, anunciou Marques Mendes que revelou que a cerimónia vai ocorrer na próxima semana.
BCP
“O BCP vai fazer um aumento de capital que fortalece o banco, vai reforçar o núcleo acionista, vai permitir que o banco pague ao Estado, o que o torna mais independente, e depois voltar aos lucros e aos dividendos”, considerou o comentador sobre o aumento de capital de 1,3 mil milhões de euros.
CGD
Sobre a Caixa lembra que há 15 dias que o banco está sem presidente e ninguém dá uma palavra de explicação no Governo.
Paulo Macedo aguarda o aval do BCE para ser nomeado juntamente com a sua equipa.
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