A dívida pública portuguesa subiu para 243,5 mil milhões de euros em fevereiro, medida na ótica de Maastricht. O valor mantém a tendência de aumento iniciada no mês anterior e alcançou o nível mais elevado em cinco meses. Em relação a janeiro, a subida foi de 643 milhões de euros, de acordo com dados divulgados esta segunda-feira pelo Banco de Portugal (BdP).
“Esta variação reflete emissões líquidas de títulos de 2,1 mil milhões de euros e uma diminuição dos empréstimos de 1,5 mil milhões de euros, essencialmente por via do reembolso de empréstimos do Fundo Monetário Internacional (1,7 mil milhões de euros)”, refere o relatório do BdP sobre as razões para a diferença.
Fevereiro foi o mês em que a Agência de Gestão de Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP) realizou o primeiro leilão de obrigações do Tesouro (OT) do ano. Nesse leilão, o Tesouro colocou 1.180 milhões de euros em títulos a cinco e sete anos. Simultaneamente, Portugal reembolsou o FMI em 1,7 mil milhões de euros. O aumento em cadeia justifica-se, assim, pela emissão de dívida num valor superior ao necessário para reembolsar o FMI.
Na comparação homóloga, a dívida pública aumentou 12 mil milhões de euros. Por outro lado, a dívida pública líquida de depósitos decresceu em fevereiro em 600 milhões de euros devido à subida no valor dos ativos em depósitos. No final do ano passado, o rácio da dívida pública fixou-se em 130,4% do produto interno bruto (PIB).
“O crescimento da dívida pública foi acompanhado por um aumento mais acentuado dos ativos em depósitos (1,3 mil milhões de euros). A dívida pública líquida de depósitos da administração central registou uma redução de 0,6 mil milhões de euros em relação ao mês anterior, totalizando 223,4 mil milhões de euros”, acrecenta o BdP.
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