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Passos Coelho acusado de seguir “linha estalinista” e de perseguir oposição

Em entrevista à Sábado, Rodrigo Gonçalves, presidente interino da concelhia do PSD/Lisboa, critica Passos Coelho, acusando-o de o perseguir e aos seus familiares.
Rafael Marchante/Reuters
16 Maio 2017, 18h09

A distrital social-democrata de Lisboa vetou a recandidatura de Daniel Gonçalves à junta de freguesia das Avenidas Novas. A reação do seu filho, Rodrigo Gonçalves, presidente interino da concelhia PSD/Lisboa fez-se em entrevista à revista Sábado, na qual declarou que “Pedro Passos Coelho não só está a perseguir os seus opositores ou aqueles que têm ideias diferentes (…) vai mais longe: persegue também os seus familiares”.

Para Rodrigo Gonçalves, o veto à recandidatura do seu pai deve-se ao facto de o próprio não seguir a linha política de Passos Coelho e de se “opor à sua liderança”. O presidente interino da concelhia lisboeta – que ocupará o cargo deixado vago por Mauro Xavier, que saiu em rutura com a estrutura nacional do PSD, até às autárquicas, a 1 de outubro – revela-se magoado com esta situação, aproveitando para criticar novamente o líder do partido, acusando-o de seguir uma “linha estalinista” no processo autárquico. “Quer anular todos aqueles que pensam de maneira diferente, mas pior do que isso é que podia opor-se a mim, mas preferiu perseguir o meu pai”, sublinhou Rodrigo Gonçalves. Por isso, declara o dirigente do PDS/Lisboa, enquanto o PSD seguir a atual linha de atuação, não será candidato a qualquer cargo no poder local. Rodrigo Gonçalves lembra ainda na sua entrevista que já Manuela Ferreira leite havia cometido o mesmo erro quando vetou o nome de passos Coelho para deputado: “Foi exatamente nesse momento que começou a mudar o ciclo político interno no PSD”, afirmou Gonçalves.

Ao Observador, Miguel Pinto Luz, presidente da distrital do PSD/Lisboa, nega a perseguição à família Gonçalves, explicando que a votação sobre a composição das listas foi conduzida através de voto secreto e o resultado foi esclarecedor: 29 novos a favor, um contra e um voto em branco. Pinto Luz diz ainda que a escolha de Pedro Proença para candidato ao cargo agora ocupado por Daniel Gonçalves é parte de um “esforço que não se via há muito” do PSD em Lisboa no sentido de abrir o partido “à sociedade civil”. “Os partidos estão fechados. Tinha de haver renovação”, sustentou o dirigente social-democrata.

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