O presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, Julio Borges, acusou esta segunda-feira o banco de investimento Goldman Sachs, de “ajudar e instigar o regime ditatorial do país”. A oposição indica que a multinacional cotada na bolsa de Wall Street comprou 2,8 mil milhões de dólares (2,5 mil milhões de euros) em títulos do país que, de acordo com Julio Borges, terão servido para fortalecer a administração do presidente venezuelano, Nicolás Maduro.
“A ajuda financeira do Goldman Sachs ao regime serviu para fortalecer a brutal repressão desencadeada contra as centenas de milhares de venezuelanos que protestam pacíficamente pela mudança política no país”, escreve Julio Borges em carta enviada ao presidente da Goldman Sachs, Lloyd Blankfein.
A carta surge na sequência de uma notícia publicada este domingo no jornal norte-americano ‘Wall Street Journal’ que dá conta de que a Goldman Sachs terá comprado por 2,8 mil milhões de dólares de dívida da empresa Petróleos da Venezuela que era detida pelo Banco Central da Venezuela, numa altura em que o governo de Nicolas Maduro precisa desesperadamente de dinheiro para fazer frente à grave crise económica abala o país.
A ideia do banco de investimento é a de triplicar lucros com mudança e estabilização do regime, o que não terá caído bem entre os detratores do regime.
“Dado o caráter inconstitucional da administração de Nicolás Maduro, a falta de vontade para realizar eleições democráticas e a violação sistemática dos direitos humanos, estou consternado pelo o facto de a Goldman Sachs ter decidido entrar nesta transação”, sublinha Julio Borges.
A Goldman Sachs recusa-se a comentar o caso. O negócio poderá gerar um lucro para a multinacional de mais de 1.900 milhões de dólares (cerca de 1.700 euros).
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