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“Medidas de apoio à economia são pouco ambiciosas e não garantem a recapitalização das empresas”, diz AHETA

A Associação dos Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve aponta críticas à prorrogação das moratórias até setembro, mas também à linhas de crédito e aos programas Apoiar e Apoiar Rendas.
18 Março 2021, 12h16

A Associação dos Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA) considerou, esta quinta-feira, que as medidas de apoio à economia “são pouco ambiciosas e não garantem a recapitalização das empresas”, o que acentua a incerteza vivida na região algarvia.

Em comunicado, a AHETA aponta que “as medidas agora anunciadas sabem a pouco, tendo sido tomadas na perspetiva de uma retoma progressiva da economia que, no caso do turismo, ainda não aconteceu”. “Por exemplo, a prorrogação das moratórias até ao próximo mês de Setembro, não só não resolve os problemas das empresas hoteleiras e turísticas do Algarve, como as deixa mergulhadas num mar de incertezas e, por conseguinte, sem perspetivas de futuro”, sublinha a associação.

“Acresce que, no final do Verão, as empresas irão enfrentar mais uma estação baixa, cuja gestão é deficitária, enquanto a previsível retoma a partir da Páscoa do próximo ano será gradual e muito lenta, indo demorar alguns anos, não tendo sido tomadas quaisquer medidas financeiras destinadas à capitalização e recapitalização das empresas, uma das medidas mais importantes e necessárias no atual contexto”, afirma a AHETA.

Quanto a outros apoios que a AHETA acredita que estão aquém do esperado, a associação sublinha “as linhas de crédito, que são empréstimos que terão de ser pagos com encargos e, os eventuais fundos perdidos, mostram-se insuficientes face à dimensão e impacto da crise no sector empresarial do turismo”.

“Assim como o Programa APOIAR e APOIAR RENDAS passem a contemplar as Cessões de Exploração, uma prática corrente nos estabelecimentos hoteleiros e turísticos, mas cujos plafonds e vigência são insuficientes e desajustados das necessidades do sector empresarial do turismo, enquanto as linhas de crédito para apoiar as empresas exportadoras não foram reforçadas”, defendeu a associação.

Além das moratórias, linhas de crédito e programas de apoio, a AHETA aponta defeitos também ao lay-off simplificado que “revela-se pouco ambicioso e muito burocrático, continuando a transferir para as empresas de alguma dimensão a responsabilidade de suportar uma parte importante dos custos salariais e outros encargos, como a TSU, por exemplo”.

A par dos apoios “pouco ambiciosos”, a AHETA lamenta ainda “que a reabertura dos campos de golfe não tenha sido considerada, desde logo, uma vez que estas importantes estruturas de animação turística, pela sua natureza, cumprem todas as regras de segurança”.

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