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Presidente de Israel vai discursar no congresso norte-americano

O possível encontro dá-se no âmbito de uma viagem de Reuven Rivlin a vários países europeus (Alemanha, Áustria e França) para alertar contra as pretensões nucleares do Irão. E pedir apoio no caso do Tribunal de Haia.
18 Março 2021, 18h05

O presidente israelita Reuven Rivlin tem conversado com a liderança do Congresso dos Estados Unidos sobre a possibilidade de realização de uma sessão conjunta (da Câmara e do Senado) em Washington, para ouvir o político que lidera o Estado hebraico – não sendo claro se a sessão decorrerá presencialmente ou não. Segundo a imprensa israelita, Rivlin foi convidado pela liderança de ambos os partidos.

Rivlin esteve até esta quinta-feira em viagem diplomática na Europa – tendo visitado a Alemanha, a Áustria e a França – para encontros de alto nível que, com uma agenda previsível: alertar os aliados europeus sobre o programa nuclear do Irão e angariar apoio para Israel perante a iminente de uma investigação sobre crimes de guerra do Tribunal Penal Internacional, em Haia – por causa das suas intervenções em territórios palestinianos.

A última vez que um líder israelita fez um discurso numa sessão conjunta do Congresso norte-americano foi em 2015 e resultou num embaraço para o então presidente Barack Obama: o discurso foi organizado pelo presidente da Câmara dos Representantes de então, o republicano John Boehner, e o embaixador israelita nos Estados Unidos à época, Ron Dermer, sem qualquer aviso prévio a Obama – que não nutria grande simpatia pelo primeiro-ministro israelita, que já era Benjamin Netanyahu.

Estranhamente, o decurso de Netanyahu em 2015 e o possível discurso de Rivlin este ano têm o mesmo tema: Netanyahu estava a fazer lobby contra o acordo nuclear com o Irão –que Obama iria finalmente aprovar no Congresso e assinar – e o atual presidente vai fazer o mesmo.

Muitos democratas ainda acreditam que o discurso causou danos significativos às relações entre Israel e o Partido Democrata, mas Netanyahu afirmou sempre que a sua participação ‘encoberta’ era o necessário para proteger o Estado de Israel contra a assinatura do acordo.

Quanto aos crimes de guerra, o Tribunal Penal Internacional, com sede em Haia, fez saber em fevereiro que considera ter jurisdição para investigar esses eventuais crimes que tenham sido cometidos nos territórios palestinianos, tendo indigitado a procuradora Fatou Bensouda para avançar com uma investigação pedida pelos palestinianos e que deverá visar tanto o exército israelita como o grupo palestiniano Hamas. Os juízes dizem que basearam a decisão de aceitar a investigação nos documentos fundadores do próprio tribunal e numa resolução da ONU de 1967 que reconhece aos palestinianos o direito à autodeterminação e independência.

Mas, refira-se que a procuradora já disse que irá investigar a presença de colonatos em território ocupado, ilegal sob a lei internacional, e de violações das leis de guerra pelas Forças Armadas de Israel, mas também, do lado palestiniano, ataques de grupos armados como o Hamas e outros grupos palestinianos contra civis israelitas.

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