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Lava-Jato: Mentor da campanha de Passos Coelho detido no Brasil

André Gustavo, especialista em marketing político que trabalhou para o PSD, foi hoje detido no Brasil no âmbito da investigação da Lava-Jato.
12.
27 Julho 2017, 19h14

O publicitário que delineou a campanha de Pedro Passos Coelho, André Gustavo, foi detido no Brasil no âmbito da investigação Lava-Jato, esta quinta-feira, depois de ter sido identificado pela primeira vez no ano passado na 23ª fase da investigação.

André Gustavo e o irmão, António Carlos Vieira Júnior, sócios da agência de publicidade Arcos foram detidos no mesmo dia que o ex-presidente da Petrobras, Aldemir Bendine, por alegadamente serem os operadores do suborno que envolve o empresário.

“André Gustavo e António Carlos, ainda em conluio com Bendine, teriam praticado em 2017 atos que caracterizam lavagem de ativos e obstrução das investigações. O produto do crime até ao momento não foi recuperado”, disse Athayde Ribeiro Costa ao justificar os pedidos de prisão, citado pelo jornal Globo.

A detenção é temporária e tem o prazo de cinco dias, podendo ser prorrogada pelo mesmo período ou convertida em prisão preventiva. Em causa na detenção de André Gustavo estará as declarações do ex-presidente da Odebrecht Ambiental, Fernando Luiz Ayres da Cunha Santos, que em colaboração com as autoridades, terá indicado que André Gustavo se apresentou como representante de Bendine.

O publicitário terá justificado ao juiz que o dinheiro recebido resultaria de uma consultoria ao Grupo Odebrecht, tendo apresentado duas notas fiscais canceladas, a pedido da construtora, que teria insistido no pagamento em espécie, segundo o jornal brasileiro.

A defesa dos irmãos mostrou-se surpresa contactada pelo Globo, com as detenções dos publicitários e disse que ainda não terá tido acesso ao processo.

Em entrevista ao Diário de Notícias em 2015, André Gustavo contou que conheceu Pedro Passos Coelho através de Miguel Relvas, a quem tinha sido apresentado por Marco António Costa, o qual conheceu por intermédio de Luís Filipe Menezes. A ligação resultou na assessoria ao líder social-democrata ao longo de cinco anos, que implicava viagens mensais a Lisboa. No Brasil, o publicitário dedicava-se a campanhas políticas para presidentes de câmaras e senadores.

Em 2016, as autoridades brasileiras pediram informações ao Ministério Público sobre a atividade de André Gustavo em Portugal, noticiou na altura o jornal Público.

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