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Merkel não quer Turquia na União Europeia

O tema será debatido em outubro pelos Estados membros da União Europeia mas a opinião alemã deverá prevalecer.
Angela Merkel
4 Setembro 2017, 17h20

Angel Merkel quer colocar um fim no processo de adesão da Turquia à União Europeia. avançou esta segunda-feira, numa altura em que faltam cerca de três semanas para as eleições, o porta-voz do governo federal alemão, Steffen Seibert.

O porta-voz acrescentou a promessa de que, em outubro, os líderes europeus irão debater este tema, uma vez que, para travar as negociações, é necessária uma decisão unânime dos Estados membros da União Europeia.

“É claro que a Turquia não deve tornar-se membro da União Europeia. [Quero] falar com os colegas [da União Europeia] para ver se conseguimos alcançar uma posição conjunta sobre este assunto e se podemos pôr fim às negociações de adesão”, explicou Merkel, acrescentando não ver esta “adesão a acontecer e nunca acreditei que ela pudesse ocorrer”.

Esta decisão surgiu após o debate televisivo entre a chanceler alemã e Martin Schultz que, no parecer dos analistas, favoreceu Merkel.

Contudo, Schultz apoia a decisão da líder alemã, afirmando que, se for eleito chanceler, irá cancelar as negociações de adesão da Turquia.

O ministro dos assuntos europeus turco, Omar Celik, reagiu afirmando que a declaração alemã se trata de um ataque aos fundamentos da instituição europeia e que a Turquia irá continuar a sentir-se europeia e uma democracia europeia, de acordo com a Reuters.

Por sua vez, o porta-voz da presidência da Turquia, Ibrahim Kalin, acusou os candidatos, publicando na sua conta no Twitter que “a política maioritária alemã, que resvala para o populismo e a intenção de ver o ‘outro’ apenas como inimigo, apenas estimula a discriminação e o racismo”.

Kalin garantiu “não ser por acaso” o ataque à “Turquia e o Presidente Erdogan, refletindo assim a estreiteza das visões da Europa”, acusando, mais uma vez, o país alemão de fornecer asilo a membros do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), e da confraria do predicador exilado Fethullah Gülen (Organização Terrorista Fethullah Gülen – FETÖ) bem como de fomentar o golpe de Estado ocorrido em julho de 2016.

“Pouco importa qual o partido que vai vencer [as legislativas] na Alemanha. Porque já ficou claro que mentalidade vai ganhar”, rematou o porta-voz turco.

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