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Crianças portuguesas pedem financiamento para processar 47 países que culpam dos incêndios

Os jovens das regiões mais afetadas pelos incêndios querem usar o ‘crowfunding’ para ganhar um caso contra 47 países, cuja falha no combate às mudanças climáticas ameaçou o seu direito à vida, defendem.
25 Setembro 2017, 08h40

Um grupo de jovens portugueses da região Centro do país, uma das mais afetadas pelos incêndios deste verão, vai processar 47 países europeus que consideram culpados. Os queixosos alegam que a falha no combate às mudanças climáticas, por parte destes estados, ameaçou o seu direito à vida e querem usar o crowfunding para ganhar o caso em tribunal, noticia o The Guardian esta segunda-feira.

As crianças do distrito de Leiria, onde morreram mais de 60 pessoas na sequência dos fogos, estão a ser representadas por advogados britânicos, especialistas em legislação ambiental e de mudanças climáticas. Para ganhar a batalha legal, pretendem angariar cerca de 39.800 euros, contando com o apoio da organização não-governamental Global Legal Action Network, de forma a avançar para o Tribunal Europeu dos Direitos Humanos.

A ação judicial destina-se às principais emissoras de gases com efeitos de estufa da Europa, nas quais se inclui o Reino Unido, a Irlanda, a Alemanha e a França, de acordo com a Global Legal Action Network. A proposta crowdfunding foi publicada esta segunda-feira na plataforma CrowdJustice.

“Este caso pretende aproveitar os sucessos que foram alcançados através de litígios sobre mudanças climáticas em todo o mundo até agora. Será um caso único porque será o primeiro em que vários governos são apresentados perante um tribunal ao mesmo tempo em relação à incapacidade de enfrentar adequadamente as mudanças climáticas”, disse ao diário britânico o advogado Marc Willers.

“As mudanças climáticas causa muitos problemas, mas se eu tivesse que nomear aqueles que mais me preocupam, seria o aumento do nível do mar, o que leva à destruição das margens e infraestruturas, como barragens, estradas e casas, e também o aumento do número de incêndios florestais que observamos recentemente – especialmente neste verão, já que os incêndios causaram muitas mortes e deixaram nosso país de luto”, explicou à mesma publicação uma das crianças envolvidas no pedido de ajuda, de 14 anos de idade.

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