O centrista Emmanuel Macron, foi eleito presidente de França sob a promessa de reduzir a carga fiscal para as famílias e reintroduzir a justiça social num país onde a pobreza atinge quase 15% da população. Cinco meses depois, Emmanuel Macron luta contra a corrente de críticas que o acusam de ser “o presidente dos ricos” e quer aprovar um Orçamento de Estado “pouco solidário” para com os mais necessitados.
O documento aprovado em Conselho de Ministros na semana passada prevê uma redução da despesa pública e uma descida de 7 mil milhões de euros de impostos, que atingirá sobretudo os franceses com rendimentos mais altos e mais baixos. Esta redução de impostos visa também um corte no imposto sobre fortunas (ISF), que passa a ser apenas pago por quem tem um património imobiliário superior a 1,3 milhões de euros, com o objetivo de relançar a economia do país.
“A reforma do ISF segue uma filosofia de favorecer o investimento”, explicou Emmanuel Macron na sexta-feira. “Não é uma questão de decidir se as pessoas são ricas ou pobres, não se trata de punir as pessoas pelo sucesso que tiveram na vida. Queremos alinhar a França com outros países europeus no financiamento da inovação”.
No entanto, um aspeto muito criticado da proposta é que o líder francês excluiu do pagamento de ISF os ativos financeiros, como ações, dividendos, títulos da dívida pública, ouro, iates e carros de luxo, favorecendo 280 mil famílias abastadas.
Face a isso, o Orçamento de Estado recebeu a condenação da oposição ao Governo de Emmanuel Macron que considera que, apesar de beneficiar os mais carenciados, deixa ainda muitas reticências e é visto como “pouco solidário” e “benévolo sobretudo para os mais ricos”. Philippe Martinez, líder do sindicato da CGT, afirma que “se antes tivemos um presidente para os ricos, agora temos um para os milionários”.
Uma sondagem feita pelo Instituto Harris Interactive mostra que a popularidade do presidente francês subiu em setembro. No entanto, tal está a acontecer sobretudo entre os simpatizantes de direita e não tanto entre as classes populares.
Emmanuel Macron prevê com o Orçamento de Estado para o próximo ano uma taxa de crescimento entre os 1,7% do Produto Interno Bruto (PIB) e uma redução para 2,6% no défice público. Em comparação com o resto da Zona Euro, o crescimento da segunda maior economia europeia começou a perder força há três anos e a taxa de desemprego é agora quase o dobro da registada na Alemanha.
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