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Número de insetos cai 75%. Cientistas alertam para ‘Armagedão ecológico’

O estudo ‘More than 75 percent decline over 27 years in total flying insect biomass in protected areas’ compara a diminuição do número de insetos voadores à batalha da Bíblia.
David W Cerny / Reuters
19 Outubro 2017, 14h00

O estudo científico “More than 75 percent decline over 27 years in total flying insect biomass in protected areas” concluiu que o número de insetos voadores caiu 75% nos últimos 25 anos. Os cientistas que encabeçaram esta investigação alertam para um “Armagedão ecológico”, comparando a queda destas espécies à batalha da Bíblia em que Deus terá lutado contra a sociedade humana iníqua.

“A perda de diversidade e abundância de insetos deverá provocar efeitos em cascata nas cadeias alimentares e pôr em risco os serviços dos ecossistemas. A nossa análise da extensão e das causas subjacentes a esse declínio baseia-se na abundância de espécies únicas ou de grupos taxonómicos, em vez de mudanças na biomassa de insetos, que é mais relevante para o funcionamento ecológico”, refere o trabalho científico.

O estudo, que foi publicado esta quarta-feira uma revista científica norte-americana Plos One, refere que as implicações para a humanidade são profundas, com insetos proporcionando um papel essencial para a vida na Terra como polinizadores de plantas e presas para animais maiores.

Os autores – Caspar A. Hallmann, Martin Sorg, Eelke Jongejans, Henk Siepel, Nick Hofland, Heinz Schwan, Werner Stenmans, Andreas Müller, Hubert Sumser, Thomas Hörren, Dave Goulson, Hans de Kroon – não identificaram uma única causa no flagelo, mas puderam provar a estreita ligação ao fenómeno das alterações climáticas.

“Parece que estamos a fazer grandes extensões de terra inóspitas para a maioria das formas de vida, e, atualmente, estamos em curso para o Armagedão ecológico. Se perdermos os insetos, então, tudo vai entrar em colapso”, avisou Dave Goulson, co-autor e professor de Ciências da Vida Universidade de Sussex, acrescentando que “os insetos representam cerca de dois terços de toda a vida na Terra, mas houve um tipo de declínio horrível”.

Hans de Kroon, outro dos responsáveis pelo estudo, assinalou que “o facto de que o número de insetos voadores [como abelhas e borboletas] está a diminuir a uma taxa tão alta numa área tão grande é uma descoberta alarmante”.

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