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Catalunha: Puigdemont recusa destituição e garante que vai a eleições em dezembro

O presidente deposto do Governo regional da Catalunha entende que a crise catalã é “um problema europeu” e indica que foi por isso que viajou para Bruxelas, a fim de encontrar uma solução “coerente com os valores da paz” para a região.
Yves Herman/Reuters
31 Outubro 2017, 12h48

O presidente deposto da Generalitat (Governo regional) da Catalunha, Carles Puigdemont, reafirmou esta terça-feira que está empenhado em prosseguir com o processo de independência da região, mesmo depois de ter sido destituído das suas funções. Carles Puigdemont entende que a crise da Catalunha é “um problema europeu” e indica que foi por isso que viajou para Bruxelas, a fim de encontrar uma solução “coerente com os valores da paz” para a região.

“O Governo regional tem garantido que não haverá confrontos, não haverá violência nesta transição. Não se pode construir uma república com base na violência”, afirmou Carles Puigdemont, na primeira conferência de imprensa concedida em Bruxelas, após o artigo 155º da Constituição espanhola ter sido ativado. “Ao contrário do Estado espanhol que quer resolver este processo com violência, a Catalunha quer fazer esse caminho pela paz”.

O antigo líder da região acredita que “ainda há um longo caminho” até à concretização do processo de independência da região e indica que o vice-presidente da Generalitat continua como membro legitimo. Carles Puigdemont apela à comunidade internacional para que reaja, considerando que a crise que se instalou na Catalunha após a realização do referendo independentista de 1 de outubro é um “problema europeu”. Terá sido também por isso que se deslocou até Bruxelas, após Madrid ter assumido o controlo da região, para pedir à União Europeia uma solução pacífica

“Não estou aqui para pedir asilo político”, explicou Carles Puigdemont. “Estou em Bruxelas, a capital da União Europeia, para obrigar os Estados-membros a encontrarem uma solução para a Catalunha. Em conjunto, queremos continuar a trabalhar como um Governo”.

O independentista afirma que vai permanecer em Bruxelas até ter garantias de que o processo para a independência da região será “justo” e haverá uma “separação total de poderes”. “Aí voltaríamos imediatamente”, afirma. “Este processo [ruma à independência] persegue uma ideia e não é um crime, mas [Madrid] pede 30 anos por cada um de nós”.

Carles Puigdemont garante ainda que vai concorrer às eleições convocadas para dia 21 de dezembro e assegura que vai aceitar os resultados da consulta popular, “como sempre fizemos”, acrescenta. O ex-presidente da Generalitat questiona ainda se há ou não um compromisso claro por parte de Madrid em respeitá-los. “Quero fazer uma pergunta ao governo espanhol: ‘Vai fazer o mesmo?'”

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