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Bruxelas quer criar “FMI europeu” para proteger Estados-membros de uma nova crise

A medida tem como finalidade proteger e completar as políticas da moeda única e, de acordo com o jornal espanhol ‘El País’, pode resultar numa versão europeia do Fundo Monetário Internacional (FMI).
Wolfgang Rattay/Reuters
28 Novembro 2017, 11h15

A União Europeia (UE) quer adaptar o mecanismo de recuperação financeira previsto para os Estados-membros em dificuldades. A medida, que vai ser apresentada dia 6 de dezembro, tem como finalidade proteger e completar as políticas da estabilização da moeda única e, de acordo com o jornal espanhol ‘El País’, pode resultar numa versão europeia do Fundo Monetário Internacional (FMI).

O ‘El País’, que teve acesso a uma versão preliminar do documento, indica que o Mecanismo Europeu de Estabilidade (ESM) vai ser convertido em Fundo Monetário Europeu e deverá contar com um montante inicial de 500 mil milhões de euros, podendo esta quantia ser aumentada em 20% nos anos seguintes.

“Completam-se quase 16 anos desde que as primeiras moedas do euro entraram na vida diária dos europeus”, pode ler-se na proposta que a UE vai apresentar. “O euro sobreviveu à crise, mas a tremer, no meio de uma guerra entre credores e devedores (…) A União Europeia está mais forte do que antes da crise, mas ainda assim está incompleta”.

Tal como anteriormente, o Mecanismo Europeu de Estabilidade (ESM) financiará os Estados-membros em troca de reformas, como aconteceu com a Grécia, Irlanda e Portugal. A decisão de emprestar dinheiro terá, no entanto, de ser unânime entre os Estados-membros e a União Europeia deve consagrar uma almofada orçamental que permita dar uma melhor resposta europeia em caso de uma nova crise económica.

“Confrontados com o perigo de desintegração e as dificuldades em alcançar uma maior solidariedade, as instituições europeias querem lançar uma reforma baseada em três pilares: o novo ESM, um orçamento da Zona Euro para situações de crise e um super-ministro das Finanças da UE”.

O novo ESM funcionará como uma espécie de ponte que liga os objetivos mínimos procurados por Paris e Bruxelas com as máximas concessões que Berlim está disposta a fazer. A Alemanha quer que o “FMI europeu” se encarregue de supervisionar a política fiscal, mas descarta a  criação de um orçamento da UE. Já a França e as instituições europeias querem uma reforma mais ambiciosa.

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