Espanha quer lugar de Constâncio na vice-presidência do BCE

Vítor Constâncio só vai vai deixar o cargo vago dentro de seis meses, mas já parecem estar a surgir os primeiros candidatos para o lugar de vice-presidente do Banco Central Europeu (BCE). Segundo o jornal espanhol El Independiente, o governo de Mariano Rajoy quer o atual ministro da Economia de Espanha, Luis Guindos, como o próximo número dois do BCE.

Desde 2012, altura em que José Manuel González Páramo abandonou a instituição, que o país não tem representação no Comité Executivo do banco central e, de acordo com o jornal, o executivo madrileno quer reforçar essa posição. O objetivo será voltar a dar relevância à quarta maior economia da zona euro nas decisões sobre as políticas do bloco.

O governo espanhol até já referiu que tem o apoio das restantes potências europeias na vontade de reforçar a presença no BCE. “Estou convencido de que a Espanha terá uma posição no BCE. Haverá um ou uma representante espanhol”, disse este sábado Guindos numa reunião económica na cidade de S’Agaró, em Girona.

As ambições europeias de Guindos são conhecidas desde que o governo espanhol o candidatou à presidência do Eurogrupo, em 2014. Na altura, a escolha recaiu sobre o holandês Jeroen Dijsselbloem. Com a saída deste, ressurgiram os rumores que o ministro da Economia poderia voltar a tentar. No entanto, Mariano Rajoy esclareceu que Guindos prefere o cargo vice-presidente do BCE.

Em setembro, o El Mundo também noticiava que o governo alemão tem um plano de reestruturação do BCE que coloca o ministro Luis de Guindos, na vice-presidência do supervisor. O executivo de Angela Merkel pretenderá colocar um representante “de peso” dos países de sul da UE como vice-presidente, para que seja bem aceite nos restantes países de moeda única.

No lugar de Mario Draghi, os germânicos querem o atual presidente do Bundesbank, Jens Weidmann. O antigo conselheiro da chanceler é o escolhido para número da entidade bancária responsável pela zona euro, assim que terminar o mandato do banqueiro italiano, no final de 2019.