A política de combate à toxicodependência de Portugal foi elogiada pelo jornal britânico The Guardian como um exemplo a seguir por outros países, devido aos resultados obtidos na diminuição de overdoses, infeção com HIV e crime relacionado com o tráfico e consumo de drogas após a descriminalização do consumo de substâncias ilegais em 2001.
Numa longa reportagem, a jornalista luso-canadiana Susana Ferreira descreve a forma como “quando as drogas vieram, bateram todos de uma vez”, começando por surgir no Algarve, com Olhão a transformar-se “numa das capitais da droga da Europa”, e alastrando como uma epidemia pelo resto do país, juntamente com a taxa de infeção com HIV.
Em 2001, escreve Ferreira, “Portugal tornou-se o primeiro país a descriminalizara posse e consumo de qualquer substância ilegal”. A “crise de opiáceos logo estabilizou”, prossegue, “e os anos seguintes viram quedas dramáticas no uso de drogas, taxas de infecção com HIV ou hepatite, mortes por overdose, crime relacionado com o tráfico de droga ou taxas de encarceramento”.
No entanto, nota a autora da reportagem, “apesar dos resultados tangíveis” das alterações legislativas levadas a cabo em Portugal, “outros países têm-se mostrado relutantes em seguir” o exemplo português, embora sejam de seguida enumerados uma série de exemplos recentes de políticas de descriminalização, como no Chile e na Austrália ou em alguns estados americanos (que legalizaram o consumo de cannabis), ou na Dinamarca e França (com a abertura de chamadas “salas de chuto”), ou o plano canadiano de vir a legalizar o consumo de cannabis a nível nacional.
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