O Partido Socialista (PS) está a discutir se deve ou não aceitar a candidatura de mais de 200 pessoas de etnia cigana para se tornarem militantes do partido. Apesar de terem reunido toda a documentação necessária, as inscrições dos candidatos foram reenviadas às estruturas locais de Aveiro e Coimbra, de onde são os preponentes, por alegadas falhas nos processos, avança o jornal ‘Público’.
“Os partidos têm de ser inclusivos”, defende o coordenador da secção temática de Defesa, Segurança e Soberania do PS, Jorge Napoleão. “Qualquer pessoa que queira ser militante do PS pode inscrever-se em qualquer secção, seja de residência, seja setorial, como é o caso da secção temática de Defesa, Segurança e Soberania”.
As primeiras inscrições deram-se depois de alguns militantes do PS terem contactado a Associação Social, Recreativa e Cultural Cigana de Águeda (ASRCCA), no distrito de Aveiro, para sensibilizar para fazerem formação no âmbito do programa Portugal 2020. Foi então, que a comunidade cigana começou a ser instruída para o estudo e aprendizagem e para a inscrição num partido político.
“Questionei as pessoas no sentido de perceber se eram recetivas à ideia de ingressarem num partido político e elas mostraram-se recetivas”, afirma a dirigente nacional do PS, Cristina Martins, que terá sido uma das principais interlocutoras no processo. “Os partidos não são empresas privadas, têm de ter espaço para as minorias e a comunidade cigana faz parte dessas minorias”.
As inscrições foram entregues em mãos na sede do partido, em Lisboa. Mas se há quem concorde com a inclusão da comunidade cigana, há também quem discorde. Um membro do PS, em anonimato, afirma ao jornal ‘Público’ que receia que o PS “tudo fará” para impedir que este grupo eleja este tipo de delegados ao próximo congresso, em meados de 2018.
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