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Ex-presidente da RTP lança livro sobre serviço público de televisão

Gonçalo Reis, que liderou a RTP entre 2015 a 2021 defende no livro que o seu “ciclo de gestão demonstra que os elefantes públicos não têm de ser cronicamente deficitários, podem ser previsíveis. Não têm de ser defensivos e burocratas, podem ser arrojados e empreendedores”.
Presidente do Conselho de Administração da RTP, Gonçalo Reis
6 Julho 2021, 19h25

Gonçalo Reis, ex-presidente da RTP, escreveu um livro intitulado “Serviço Público” que será lançado dia 13 e apresentado pelo ex-ministro do governo de Pedro Passos Coelho com a tutela da comunicação social, Miguel Poiares Maduro, com prefácio de João Taborda da Gama e posfácio de Isabel Capeloa Gil, numa sessão moderada por Laurinda Alves.

“Serviço Público” é o relato na primeira pessoa do gestor que presidiu à RTP nos últimos seis anos, “durante uma época rara de inovação e estabilidade de umas das instituições mais centrais – e polémicas – do nosso país”, lê-se na contracapa do livro editado pela Leya.

“O que fica do que passa”, é o título que Gonçalo Reis dá ao primeiro capítulo do seu livro onde aborda “a transformação que levámos a cabo na Rádio e Televisão de Portugal, para contar não apenas o ‘como’, mas sobretudo o ‘porquê’ e o ‘para quê'”.

Gonçalo Reis, que costumava responder a quem o abordava sobre assuntos de programação da RTP que “eu sou só o presidente”, defende no livro que o seu “ciclo de gestão demonstra que os elefantes públicos não têm de ser cronicamente deficitários, podem ser previsíveis”

“Não têm de ser defensivos e burocratas, podem ser arrojados e empreendedores. Não têm de ser mais atrasados do que os melhores do sector, podem ser inovadores e assumir a liderança em áreas críticas. Não têm de ter uma gestão politizada, devem antes  guiar-se por critérios empresariais e por uma lógica de competitividade. Não têm de ser aborrecidos, podem ser atrativos”, refere.

“Foi isso que conseguimos na RTP e estou seguro de que esta estratégia, esta atitude e esta ambição podem ser exportadas para um conjunto vasto de instituições, públicas e privadas, possibilitando elevados impactos para a sociedade”, realça Gonçalo Reis acerca da sua vida aos comandos da RTP.

“Gonçalo Reis percorre os bastidores da organização do Festival Eurovisão em Lisboa ou do lançamento dos arquivos históricos online, ao mesmo tempo que passa em revista a internacionalização da produção de séries, a chegada de conteúdos da televisão pública à Netflix, as sucessivas apostas no digital e, igualmente, temas controversos como a importância das audiências, o apoio ao cinema português, as opções editoriais e o orçamento da RTP”, refere a Leya.

“Serviço Público” traz também “matéria de reflexão sobre o potencial da indústria de conteúdos, a relevância do sector cultural para a afirmação do país, deixando propostas para uma gestão mais eficaz das empresas públicas e a transformação do próprio Estado”.

Gonçalo Reis presidiu à RTP de 2015 a 2021, cumprindo o ciclo mais longo de liderança da instituição desde o 25 de Abril e tornando-se o único presidente a completar dois mandatos em democracia.

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