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Presidente cubano responde numa comunicação televisiva a ataques da ex-estrela porno Mia Khalifa

Miguel Díaz-Canel acusou a norte-americana de integrar uma “campanha de ‘influencers'” lançada contra o regime cubano e disse que esta lhe chamou ditador. Na realidade, Khalifa dirigiu-lhe vários insultos nos ‘tweets’ em que criticou a repressão das manifestações e disse que as sanções dos Estados Unidos “não prejudicam líderes corruptos”.
12 Julho 2021, 19h20

O presidente cubano Miguel Díaz-Canel reagiu nesta segunda-feira aos ataques da ex-estrela de filmes pornográficos Mia Khalifa, que ao longo das últimas horas o insultou nas redes sociais devido à repressão das manifestações contra o regime nas ruas de Havana e de outras cidades do país. Numa comunicação televisiva, o sucessor de Raúl Castro incluiu a norte-americana de origem libanesa numa “campanha” em que os Estados Unidos “recorreram a todos os influencers que encontraram nas redes sociais”.

Sem nunca nomear a norte-americana que descreveu como “uma determinada artista com determinadas características”, Díaz-Canel disse aos cubanos que esta o chamou de ditador. Na realidade, Mia Khalifa gravou-se a proferir insultos em língua castelhana contra o líder do Partido Comunista de Cuba, que governa o país desde 1965 sem realizar eleições democráticas. Entre outros epítetos, a norte-americana utilizou o termo cubano “singao”, que tem diversos significados, o mais reproduzível dos quais será “bastardo”, depois de ser desafiada a fazê-lo por uma seguidora.

Em diversos tweets, Khalifa dirigiu-se diretamente a Díaz-Canel, perguntando a certo momento, ao partilhar um vídeo que alegadamente mostra tropas especiais cubanas, “como é que tem dinheiro para estes soldados, mas não para que haja sabão nas casas de banho dos hospitais onde os turistas não entram”. E salientou que Cuba e o Líbano têm muito em comum, incluindo “sanções dos Estados Unidos que não prejudicam os líderes corruptos e sim os civis inocentes”.

Seguida por 3,8 milhões de utilizadores do Twitter, a artista de 28 anos, natural de Beirute, e cujo verdadeiro nome é Sarah Joe Chamoun, foi viver para os Estados Unidos na infância e gravou filmes pornográficos durante apenas três meses de 2014, o que não impediu que se tornasse uma das figuras mais conhecidas da indústria do entretenimento para adultos. Desde então tornou-se uma adversária das produtoras desse sector, garantindo que “foi usada e abusada”, evidenciando ainda o seu ativismo nas críticas aos governantes do país natal, nomeadamente aquando da explosão no porto de Beirute que no ano passado provocou mais de 150 mortos e arrasou parte da capital.

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