O novo presidente do Irão, Ebrahim Raisi, tomou posse oficial do novo cargo esta terça-feira e, antes de uma segunda cerimónia a ter esta quinta-feira, prometeu tomar medidas para suspender as sanções severas impostas pelos Estados Unidos e desenvolver a economia para tentar acalmar a onda de protestos internos que tem assolado o país. Disse também que não vinculará o futuro do país ao Ocidente – mas não explicou, até porque não está nas suas mãos, como fará para suspender as sanções. Para os analistas, há apenas uma forma: aceitar o regresso dos Estados Unidos ao perímetro do Acordo Nuclear de 2015.
Aos 60 anos, o oitavo presidente do Irão, sinalizou que continuará as negociações para restaurar o Acordo Nuclear de que os Estados Unidos, na altura liderados por Donald Trump, se retiraram unilateralmente há três anos.
“Certamente iremos levantar as sanções cruéis, mas certamente não condicionaremos o sustento do povo e a economia, e não o amarraremos à vontade de estrangeiros”, disse durante o seu discurso em cerimónia que passou nas televisões. Uma sexta ronda de negociações com os signatários do acordo decorreu na capital austríaca e terminou em junho, após a qual o Irão sinalizou que as negociações só podem continuar depois que Raisi assumir o cargo.
Entretanto, a imprensa iraniana refere que Enrique Mora, o principal representante da União Europeia nas negociações de Viena, deve comparecer à posse de Raisi formal que terá lugar na próxima quinta-feira.
As declarações de Raisi surgem num momento particularmente delicado na frente internacional, depois de mais um episódio da guerra não declarada entre o Irão e Israel, a propósito do eventual ataque iraniano a um petroleiro pertencente a um armados israelita – no qual duas pessoas perderam a vida.
A troca de acusações – nomeadamente entre o Irão e os Estados Unidos – parece deixar uma nova ronda em Viena um pouco mais longe – com os analistas a afirmarem que o bom andamento desses encontros só se dará se os dois países fizerem grandes concessões. O que, convenha-se, não parece estar na agenda de nenhum deles.
Para ‘consumo interno’ Raisi disse que “o povo apelou a um governo que devolvesse a confiança e fizesse uma ponte entre o povo e o governo”, ao mesmo tempo que se comprometeu a combater a corrupção. Com uma taxa de inflação próxima dos 40%, alto desemprego e um enorme défice orçamental, entre outros problemas – e com as culpas a serem atiradas para o embargo à venda de petróleo – o novo governo tem pela frente um trabalho de monta. Mas Ebrahim Raisi Raisi disse que tem planos imediatos para solucionar as principais questões económicas.
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