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Plataforma de ‘crowdfunding’ imobiliário já angariou 800 mil euros em três projetos

Desde que teve autorização da CMVM para operar em abril de 2019, a plataforma “Querido Investi numa Casa” realizou a maior operação de crowdfunding imobiliário executada em Portugal, o ‘Common Prodigy I’ no valor de 550 mil euros.
11 Junho 2021, 18h30

Dar aos pequenos investidores a possibilidade de investirem ativos imobiliários premium, tal como fazem os grandes investidores e os fundos imobiliários, é um dos principais objetivos que levaram à criação da plataforma de crowdfunding imobiliária ‘Querido Investi numa Casa’.

Autorizada a operar no mercado nacional pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) desde abril de 2019, esta plataforma conta já com 800 mil angariados em três projetos desenvolvidos. O mais recente  consiste na aquisição e remodelação integral de uma moradia T3 em São Domingos de Rana, que visa angariar 380 mil euros para posterior revenda no mercado.

Em entrevista ao Jornal Económico (JE), Pedro Filipe Santos, co-fundador e managing partner da ‘Querido Investi numa Casa’, fala deste mais recente projeto e de como este tipo de plataformas podem começar a surgir em maior número no futuro.

Desde a criação em 2019 qual o investimento total que já angariaram ao longo dos vários projetos desenvolvidos?

A QIC! obteve autorização da CMVM para operar em abril de 2019, até ao eclodir da crise Covid-19, em março de 2020, executámos 3 operações no total de cerca de 800 mil euros incluindo a maior operação de crowdfunding imobiliário executada em Portugal (Common Prodigy I no montante de 550 mil euros).

A crise Covid-19 obrigou a fazer um interregno pois em virtude dos impactos causados no mercado de alojamento local e turístico e a incerteza na evolução do emprego global, havia o risco de ocorrência de uma desvalorização significativa dos valores de mercado do imobiliário, o que felizmente não teve uma expressão excessiva.

Mais recentemente, com a esperada normalização da atividade económica decorrente das campanhas de vacinação, reatámos a atividade com o lançamento desta operação VN Villa Rana, o que possibilitará superar o milhão de euros de angariação de capital junto de investidores qualificados e não qualificados.

Quais os principais objetivos que estiveram na base para a criação do projeto ‘Querido Investi numa Casa?

Investir em imobiliário é uma das formas mais seguras e tradicionais de aplicação e rentabilização das poupanças acumuladas. Mas investir em imobiliário requer muito capital, só ao alcance de uma restrita elite de investidores qualificados e com meios diferenciados de seleção das oportunidades de investimento.

A QIC! veio quebrar este paradigma, recorrendo ao crowdfunding para proporcionar aos pequenos investidores a possibilidade de investirem diretamente em ativos imobiliários premium, tal como fazem os investidores qualificados e os fundos imobiliários. Os nossos investidores beneficiam da experiência e das competências multidisciplinares da equipa da QIC!, que asseguram a seleção das oportunidades, e toda a gestão global do processo de investimento e desinvestimento.

E porque a nossa  plataforma web possibilita a otimização de todo o processo de investimento, conseguimos reduzir os intermediários no processo e minimizar os custos de investimento, logo aumentando a rentabilidade e retorno para os nossos investidores, mesmo para os investidores qualificados, que assim podem delegar numa entidade profissional todo o trabalho de due diligence e de execução operacional das operações, mitigando o risco de execução dos investimentos e diversificando o portfolio de oportunidades imobiliárias em carteira.

A maior percentagem de investidores que participa nos vossos projetos vem de Pequenos Investidores particulares ou Investidores Qualificados?

A QIC! desenvolveu intencionalmente um modelo de negócio com propostas de valor atrativas tanto para pequenos investidores como para investidores qualificados, pois acreditamos que estas duas classes de investidores são complementares, e a sua agregação permite “fazer acontecer” operações de grande dimensão como foi o caso da operação Common Prodigy I, a maior operação realizada por uma plataforma de crowdfunding imobiliária em Portugal.

Como é expectável e desejável numa plataforma de crowdfunding, os pequenos investidores são a classe dominante em número, mas naturalmente são os investidores qualificados que tomam parcela principal das operações que intermediamos.

O facto de termos investidores qualificados, profissionais e exigentes, a participar das nossas operações é um sinal da qualidade do nosso processo de triagem e estruturação de oportunidades, e também da atratividade do binómio risco-retorno das operações que promovemos. E finalmente, o envolvimento de investidores qualificados constitui um elemento adicional de confiança para os pequenos investidores.

O projeto em processo de crowdfunding (VN Villa Rana) conta já com metade do valor total 380 mil euros) angariado. A sete dias do fim acreditam que vão conseguir alcançar a verba necessária?

Sim, estamos seguros que vamos concluir com sucesso esta operação, que é muito inovadora, pois é a primeira operação de crowdfunding que agrega simultaneamente uma componente de financiamento na forma de dívida, remunerada com juro taxa fixa TANB de 3,5% ao ano, pago mensalmente, com uma componente de capital, que partilha com a Promotora o risco de desenvolvimento deste projeto imobiliário, quer nos ganhos, quer nas perdas.  A conjunção destes dois instrumentos proporciona uma rentabilidade objetiva atrativa, com TIR Objetivo de 7,2% no primeiro ano, assumindo os pressupostos de valorização da Promotora, validados por meio de avaliação imobiliária independente.

Notar também que a operação de empréstimo beneficia de primeira hipoteca do imóvel em causa, o que mitiga muito o risco global da operação.

A criação da vossa plataforma pode ser a base para o surgimento de mais projetos de crowdfunding imobiliário?

A equipa da QIC! tem muito orgulho em ser pioneira no desenvolvimento do mercado de crowdfunding imobiliário em Portugal, que estamos convictos que irá crescer acentuadamente nos próximos anos, atraindo novos players e muitos mais investidores, e desta forma consolidando assim uma nova forma de prover serviços financeiros e de investimento eficientes e atrativos para todas as classes de investidores.

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