No dia em que se atingiu o valor recorde do preço da eletricidade no mercado grossista ibérico (Mibel), o ministro do Ambiente e da Ação Climática garantiu ser “possível impedir novos aumentos”, frisando que Portugal tem “muitas almofadas” que serão utilizadas para “inibir o aumento do preço da eletricidade aos consumidores”.
Em declarações transmitidas pela “Sic Notícias”, esta terça-feira, Matos Fernandes afirmou que “temos aqui uma vontade muito grande, sem qualquer promessa”, frisou, “de fazer com que a eletricidade não aumente no próximo ano, reiterando que “o custo foi reduzido em 11%” com este Governo. Os preços no Mibel bateram hoje um novo recorde de 130,53€/megawatts/h (MWh).
“É óbvio que o aumento da eletricidade da produção é um fator que inibe a possibilidade de podermos reduzir o seu custo, temos muitas outras almofadas para o poder contrariar. Quem faz a conta final, é a ERSE”, adiantou.
Esta terça-feira, 31 de agosto, o preço do MWh em Portugal e Espanha se vai situar, em média, num valor nunca antes visto de 130,53 euros (máximo de 137,46 euros por MWh e mínimo de 123,35 euros por MWh), isto depois de um dia antes, ter já chegado a um máximo histórico de 124,45€/MWh.
Em Espanha, a ministra da Transição Ecológica, Teresa Ribera, já admitiu que a fatura da eletricidade pode disparar 25% este ano em relação a 2020, devido aos acréscimos no mercado ibérico, conforme noticiou o “El País”. Além disso, descartou qualquer intervenção pública na fixação de limites.
Em reação, o ministro do Ambiente garante que “quem vende eletricidade não tem feito nenhum aumento no preço”, algo que já corroborado pela EDP e Galp, embora a Iberdrola não subscreva à mesma posição.
“A situação de Portugal é completamente diferente da de Espanha, porque se o preço base para Portugal e Espanha é o mesmo, em Espanha a maior parte dos contratos e das variações são mensais. Em Portugal são anuais, não há qualquer comparação”, afirmou Matos Fernandes.
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