O velório de Jorge Sampaio deverá realizar-se a partir de amanhã, sábado 10 de setembro, no antigo picadeiro real junto ao Palácio de Belém, Lisboa, revela hoje a “SIC Notícias”.
O antigo Presidente da República deverá estar assim em câmara ardente no local do antigo museu dos coches até à realização de uma cerimónia não-religiosa no claustro do Mosteiro dos Jerónimos no domingo, dia em que deverá ter lugar o funeral.
O Governo decretou hoje luto nacional de três dias a partir de sábado até segunda-feira. No Palácio de Belém, a bandeira nacional já está a meia-haste. “Nos termos previstos na Constituição da República Portuguesa, é decretado o luto nacional por três dias, em 11, 12 e 13 de setembro de 2021. São decretadas cerimónias fúnebres de Estado”, segundo o Palácio de São Bento.
Jorge Sampaio morreu hoje aos 81 anos. Foi Presidente da República durante dois mandatos, entre 1996 e 2006. Em 1989 foi eleito líder do Partido Socialista e na mesma altura foi eleito presidente da Câmara de Lisboa, tendo sido reeleito em 1993.
Após a passagem pela Presidência da República, foi nomeado em 2006 pelo secretário-geral da Organização das Nações Unidas enviado especial para a Luta contra a Tuberculose e entre 2007 e 2013 foi alto representante da ONU para a Aliança das Civilizações, segundo a “Lusa”.
Atualmente presidia à Plataforma Global para os Estudantes Sírios, fundada por si em 2013 com o objetivo de contribuir para dar resposta à emergência académica que o conflito na Síria criara, deixando milhares de jovens para trás sem acesso à educação.
Jorge Fernando Branco de Sampaio desempenhou, ao logo da sua vida, os mais altos cargos políticos no país. Iniciou o seu percurso, ainda estudante, como um dos protagonistas, na Universidade de Lisboa, da crise académica do princípio dos anos 60, que gerou um longo e generalizado movimento de contestação estudantil ao Estado Novo, até ao 25 de Abril de 1974, recorda a agência noticiosa.
Homem de esquerda e advogado de formação, defendeu casos célebres, como a defesa dos réus do assalto ao Quartel de Beja, o caso da `Capela do Rato’, em que foram presas dezenas de pessoas que protestaram contra a guerra colonial.
Depois do 25 de Abril de 1974, militou em formações de esquerda, como o MES, onde se cruzou com Ferro Rodrigues, ex-líder do PS atual presidente do parlamento, e só aderiu ao partido fundado por Mário Soares em 1978, destaca a “Lusa”. Mais tarde, foi secretário-geral do PS (1989-1992), presidente da Câmara Municipal de Lisboa (1990-1995) e Presidente da República (1996 e 2006).
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