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Wall Street recupera depois de acalmar os seus medos sobre o défice

Os principais índices bolsistas norte-americanos encerraram o dia em alta, sustentadas pelos progressos nas conversações sobre o teto da dívida.
7 Outubro 2021, 21h37

Os receios de que a dívida norte-americana siga o seu caminho de descontrolo sem qualquer teto definido parecem estar a dissipar-se e os principais índices bolsistas responderam positivamente, fechadno o dia de negociações em alta.

O índice industrial Dow Jones fechou a somar 0,98%, para 34.754,94 pontos; o Standard & Poor’s 500 avançou 0,83%, para 4.399,76 pontos; e o tecnológico Nasdaq Composite cresceu 1,05% para os 14.654,02 pontos.

O Senado norte-americano deu um passo no sentido de aprovar um aumento de 480 mil milhões de dólares no limite ao endividamento do país, uma medida que evitará que entre em incumprimento a partir de 19 de outubro. Isso parece ter sido suficiente para acalmar os investidores – ao mesmo tempo que os especialistas citados pela agência Reuters afirmavam que as negociações políticas pareciam estar a seguir um caminho positivo.

Quando a agência Fitch ameaçou retirar o rating máximo – triplo A – à dívida do país, todos os alarmes começaram a soar e a ameaça funcionou: os políticos no lugar mais alto do Congresso norte-americano parecem ter percebido o recado – não querendo por outro lado serem co-responsabilizados por essa ‘vergonha’ internacional que seria o corte do rating.

A questão do défice é mais ou menos pacífica, mas muito menos pacífica é a relação atual entre a administração Biden e os seus próprios senadores democratas, que se têm envolvido em inúmeras escaramuças políticas, deixando bem claro que entre os democratas conservadores e os liberais vai uma longa distância – bem maior que aquela que separa a linha mais à direita do partido de Joe Biden dos seus opositores republicanos.

Mesmo assim, os líderes dos democratas e dos republicanos no Senado estão a trabalhar no sentido de chegar a um acordo que permita ao país passar mais este percalço, que Biden com certeza gostaria de não ver.

Entretanto, segundo alguns analistas, a atenuação dos receios em torno da crise energética na Europa ajudou ao otimismo dos investidores de Wall Street. Mas, ou eles estão distraídos, ou o argumento não colhe: a ultrapassagem da crise pode resultar da possibilidade de a Rússia poderá aumentar as vendas à Europa – o que é uma má notícia para a administração Biden, que há algumas semanas fez tudo (inclusivamente ameaçar com sanções) para que a Alemanha se abstivesse de entregar mais uma parte da sua independência energética ao regime de Vladimir Putin.

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