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OE2022: Subida de um ponto percentual nas taxas de juro custaria 184 milhões de euros ao Estado

O Governo estima que uma subida de um ponto percentual das taxas de juro teria um impacto de 184 milhões de euros em contas públicas e de 344 milhões em contabilidade nacional, o que corresponde a 0,1% e a 0,2% do PIB, respetivamente. A estimativa consta da proposta de Orçamento do Estado para 2022, entregue no Parlamento esta segunda-feira.
Cristina Bernardo
12 Outubro 2021, 00h41

O Governo estima que uma subida das taxas de juro num ponto percentual teria um impacto de 184 milhões de euros em contas públicas e de 344 milhões em contabilidade nacional, o que corresponde a 0,1% e a 0,2% do PIB, respetivamente. A estimativa consta da proposta de Orçamento do Estado para 2022, entregue no Parlamento esta segunda-feira.

“Com o objetivo de avaliar o grau de incerteza que envolve a previsão de juros de dívida pública para 2022, foi conduzido, um exercício de análise de sensibilidade da rubrica de juros do Estado a um aumento imediato e permanente de 1 p.p. ao longo de toda a curva de rendimentos, a título meramente ilustrativo. De acordo com os resultados obtidos, um tal aumento traduzir-se-ia num aumento dos juros da dívida direta do Estado, em 2022, de 184 milhões de euros em contas públicas e de 344 milhões de euros em contas nacionais (cerca de 0,1% e 0,2% do PIB, respetivamente)”, refere o documento entregue pelo ministro das Finanças, João Leão, no Parlamento.

“A estratégia seguida nos últimos anos para a mitigação do risco de taxa de juro tem privilegiado a extensão do prazo médio e da duração da carteira, beneficiando do contexto de taxas de juro historicamente baixas, em linha com a estratégia que tem sido também seguida pela maioria dos emitentes soberanos da área do euro. No final de agosto de 2021, observou-se um aumento de 0,4 e 0,5 da duração modificada da carteira de dívida total e da carteira ajustada, face ao período homólogo, atingindo 6 e 6,7, respetivamente”, refere o Executivo, acrescentando que, no final de agosto de 2021, a dívida a refinanciar ou com taxa de juro a re-fixar no prazo de 12 meses correspondia a 1,4% do total da dívida, registando uma redução face aos 4,0% no final de 2020.

“A diminuição deste indicador deve-se sobretudo ao reembolso da Obrigação do Tesouro com maturidade em abril de 2021”, explica.

Aumento das taxas de juro de curto prazo em 2 p.p. com impacto “marginalmente negativo”

Na simulação do impacto dos riscos, o Governo calcula ainda que um aumento da taxa de juro de curto prazo em 2 p.p. face ao assumido no cenário base, teria, de acordo com a simulação efetuada, “um impacto marginalmente negativo no crescimento real do PIB, por via de um menor crescimento do consumo privado”, refletindo um aumento dos custos de financiamento, que poderá ser parcialmente compensado por uma redução do crescimento das importações.

“Adicionalmente, o impacto na capacidade de financiamento da economia seria reduzido, pois a deterioração da balança de rendimentos primários seria compensada pela melhoria no saldo da balança de bens e serviços. Os impactos no deflator do consumo e na taxa de desemprego seriam negligenciáveis”, acrescenta ainda o Executivo.

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