O ex-vice-presidente do CDS-PP Filipe Lobo d’Ávila defendeu nesta sexta-feira que Francisco Rodrigues do Santos e Nuno Melo cheguem a um acordo sobre a realização do congresso do partido e a integração de quem perder essa disputa. E, numa publicação no Facebook, admitiu que se o atual presidente e o eurodeputado não forem capazes de chegar a esse consenso, devem “encontrar alguém que o fizesse por eles”.
Contactado pelo Jornal Económico, Lobo d’Ávila disse que várias figuras do CDS-PP poderiam assumir a intermediação entre Rodrigues dos Santos e Melo, avançando com os nomes de Paulo Portas, Luís Nobre Guedes e António Lobo Xavier. “Mais haverá, seguramente”, disse o advogado, que no início deste ano se demitiu da direção nacional dos centristas, para a qual fora eleito no congresso de Aveiro como o primeiro vice-presidente do partido.
No texto partilhado na rede social, o antigo dirigente escreveu que, com a marcação das legislativas antecipadas para 30 de janeiro de 2022, o partido “continuará numa situação de ausência de clarificação, definhamento e erosão da sua já curta credibilidade apenas se quiser”. E, apesar de admitir que o apelo à conciliação “provavelmente será uma utopia e o espaço para o conseguir será já curto”, salientou que “talvez ainda fossemos a tempo de devolver sentido e utilidade ao CDS”.
Algo que, em sua opinião, passaria pela realização do congresso – que chegou a estar marcado para 27 e 28 de novembro, na cidade de Lamego, mas foi adiado para depois das legislativas no Conselho Nacional extraordinário de sexta-feira passada – e pela aceitação de regras “para evitar outro tipo de espetáculos”. “Quem ganhasse aceitaria publicamente integrar e respeitar quem perdesse, procurando que o CDS se apresentasse minimamente pacificado e capaz de se concentrar em estruturar as suas próprias propostas”, escreveu Filipe Lobo d’Ávila.
Logo após o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, ter comunicado que as eleições legislativas decorrerão a 30 de janeiro, Nuno Melo apelou a Francisco Rodrigues dos Santos para “ajudar a pacificar o CDS da única forma possível”, aceitando a realização do congresso a 27 e 28 de novembro “ou numa data consensual logo após”. No entanto, a porta-voz do CDS-PP, Cecília Anacoreta Correia, garantiu que a data das legislativas em nada altera as decisões tomadas anteriormente e defendeu que o atual presidente centrista mantém legitimidade para conduzir o partido no ato eleitoral apesar de o seu mandato terminar dias antes de os portugueses elegerem os 230 deputados da Assembleia da República.
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