Marcelo Rebelo de Sousa defendeu este domingo, na sessão comemorativa do 25 de Abril no Parlamento, que não existe melhor data “para repensar o nosso passado”, como a celebração do 25 de Abril.
“Nada como o 25 de Abril para repensar o nosso passado quando o nosso presente ainda é tão duro e o nosso futuro é tão urgente. A cada passo pode ressurgir a tentação de converter esse repensar do passado em argumento de mera movimentação tática ou estratégica”, realçou o Presidente da República.
“É prioritário estudar o passado e nele dissecar tudo, o que houve de bom e o que houve de mau. É prioritário assumir todo esse passado”, sublinhou Marcelo.
Tal como já tinha feito, anteriormente, Marcelo Rebelo de Sousa reiterou a necessidade de não se abrirem crises políticas, sobretudo num tempo de tantos desafios, do ponto de vista económico e da saúde pública.
“Num tempo que ainda é e será de crise na vida e na saúde e de crise económica e social, encaremos com lúcida serenidade o que pode agitar o confronto político conjuntural mas não corresponde ao que é prioritário para os portugueses. E além de não ser prioritário nestes dias de crise, é duvidoso que o seja alguma vez”.
O chefe de Estado referiu que os que fizeram o 25 de Abril de 1974 “souberam superar muitas das suas divisões durante a revolução e depois dela” e que “nações irmãs na língua” de Portugal “têm sabido julgar um percurso comum olhando para o futuro, ultrapassando séculos de dominação política, económica, social, cultural e humana”.
“Que os anos que faltam até ao meio século do 25 de Abril sirvam a todos nós para trilharmos um tal caminho, como a maioria dos portugueses o tem feito nas décadas volvidas, fazendo de cada dia um passo mais as glórias que nos honram e os fracassos pelos quais nos responsabilizamos, e bem assim no construir hoje coesões e inclusões e no combater hoje intolerâncias pessoais ou sociais”, apelou.
O Presidente da República salientou que quem faz este apelo “é o filho de um governante na ditadura e no império que viveu na que apelida de sua segunda pátria [Moçambique] o ocaso tardio inexorável desse império, e viveu depois, como constituinte, o arranque de um novo tempo democrático, charneira, como tantos portugueses, entre duas histórias da mesma História”.
“E nem por exercer a missão que exerce olvida ou apaga a História que testemunhou, como nem por ter testemunhado essa História deixou de ser eleito e reeleito pelos portugueses em democracia – democracia que ajudou a consagrar na Constituição que há 45 anos nos rege”, realçou.
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