A síntese de conjuntura de dezembro do Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG), divulgada esta segunda-feira, avança uma previsão para o crescimento da economia portuguesa entre 4,8% e 5,8%, pressupondo que em Portugal e no resto do mundo os impactos da pandemia serão menores do que no ano passado.
O grupo de análise económica do ISEG destaca a procura interna como o principal impulsionador do crescimento da economia, sobretudo o consumo privado (5%), consumo público (3%) e investimento (10%).
“Espera-se uma retoma da procura turística externa, eventualmente não completa relativamente a 2019, mas o contributo da procura externa líquida deverá ser nulo devido ao aumento da importação de bens”, é referido no mesmo boletim.
A instituição de ensino aponta para a evolução do investimento, pela sua volatilidade, como um dos riscos desta previsão, mas que se espera ser parcialmente sustentada pelo PRR e pelo encerramento do PT2020 e início da aplicação do PT2030.
No que diz respeito aos riscos externos, o ISEG menciona a evolução do preço do petróleo e os seus potenciais efeitos inflacionistas, bem como a evolução da pandemia, apesar de ser um risco mais baixo dada a experiência de gestão adquirida nos últimos dois anos.
Quanto aos indicadores de confiança em dezembro de 2021, o relatório descarta grandes oscilações provocadas tanto pela pandemia como pela crise política.
No quarto trimestre do ano passado, os indicadores qualitativos de confiança estabilizaram na construção, em máximos do ano.
“A confiança do sector, que decresceu visivelmente em novembro, recuperou quase tudo em dezembro”, é referido no documento, que admite que a atividade deste sector só volte a crescer mais substancialmente depois do primeiro trimestre de 2022.
Na indústria, os indicadores recuperaram face à queda do terceiro trimestre, permanecendo o segundo trimestre com os máximos do ano, é referido pelo ISEG.
“O crescimento tem vindo a ser penalizado desde agosto pela produção do agrupamento energia (incluindo a produção elétrica) assim como pelo impacto negativo da escassez de alguns fornecimentos internacionais. Contudo, este não parece ter-se agravado e o indicador de confiança da indústria transformadora melhorou em novembro e dezembro”, é explicado no documento.
No que diz respeito ao volume de negócios nos serviços, o relatório refere que a tendência do nível desse indicador foi de normalização nos últimos meses, com a razoável recuperação da secção do alojamento e restauração, não obstante a recuperação ter sido limitada e a confiança ter descido devido às secções afetadas pela vaga pandémica em dezembro.
O índice de volume de negócios no comércio a retalho, em dezembro, teve uma variação homóloga de 10%.
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