Após um mês debaixo de fogo, a Spotify decidiu avançar com a remoção de 113 episódios do podcast ‘The Joe Rogan Experience’ — um dos mais populares da plataforma, onde já figuraram algumas das maiores personalidades da atualidade, como Elon Musk. Na origem da decisão, estão as acusações de artistas como Neil Young, que acusou a empresa de permitir temáticas consideradas como desinformação, concretamente sobre a pandemia de Covid-19.
O ‘The Joe Rogan Experience’ que, como o nome indica, é conduzido por Joe Rogan, uma das personalidades mais conhecidas da atualidade nos EUA, não só pelas suas opiniões, mas também pelo mediatismo que assumiu durante vários anos na UFC, mas também na MTV (em Portugal) e NBC (nos EUA) como apresentador do popular reality show ‘Fear Factor’.
Nos últimos dois anos “pandémicos”, Rogan foi polarizando a sua audiência devido à perspetiva de desconfiança que assumiu perante o processo de vacinação contra a Covid-19, mas também pela própria desvalorização do SARS-CoV-2 e das suas consequências para a sociedade. Com a chegada da variante Ómicron e, consequentemente, o regresso às medidas restritivas, Rogan tornou-se numa das principais vozes anti-covid e a popularidade do seu podcast cresceu ainda mais.
Perante a situação sanitária que se vive atualmente nos EUA, vários artistas como Neil Young, Joni Mitchell, a cantora/compositora India Arie, Mary Trump e a escritora Brene Brown decidiram remover o seu conteúdo da Spotify, por considerarem que não querem estar presentes na mesma plataforma onde é aceite conteúdo de desinformação, apontando diretamente ao podcast de Rogan.
Esta semana o Spotify decidiu avançar com a remoção de 113 episódios do podcast controverso que, para além das opiniões polémicas em relação à pandemia de Covid-19, também inclui figuras que promoviam abertamente o racismo. Entre os episódios removidos, destacam-se convidados de extrema-direita ou que promovem teorias da conspiração, incluindo o fundador do movimento Proud Boys, Gavin McInnes, Michael Malice, Alex Jones e Milo Yiannopoulos, bem como comediantes como Rich Vos e Little Esther e o fundador da Bulletproof, Dave Asprey.
Perante a polémica, Rogan foi forçado desculpar-se publicamente, pela segunda vez, após ser divulgada uma compilação de vídeos, agora viral, onde o apresentador surge a pronunciar a palavra com N várias vezes no seu podcast ao longo dos anos. Rogan disse estar “arrependido e envergonhado” de ter repetido a palavra N tantas vezes.
Uma das afirmações mais polémicas de Rogan foi sobre as medidas restritivas quando disse: “Está bem claro que todos os bloqueios não funcionam. Eles não impedem a propagação”. Mais tarde, sem surpresa, as afirmações foram contrariadas por um estudo conduzido por especialistas do instituto Johns Hopkins, que sublinharam o papel fundamental dos confinamentos na redução das infeções, da pressão nos hospitais e consequentes mortes por Covid-19.
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