O partido Pessoas-Animais-Natureza (PAN) considerou esta quinta-feira que os 3 mil milhões de euros que a TAP vai custar ao país até 2022 comportam “riscos orçamentais e financeiros” que “não podem ser negligenciados”. A líder parlamentar do PAN, Inês Sousa Real, defendeu que é preciso acabar com os “cheque em branco” à companhia aérea e fazer uma auditoria que “ponha a limpo as negociatas dos acionistas privados”.
“De acordo com o Programa de Estabilidade, a TAP vai custar 3 mil milhões de euros ao país até 2022, aos quais até 2024 se poderão juntar mais 484 milhões de euros. Perante estes valores, estão em causa riscos orçamentais e financeiros descendentes que não podem ser negligenciados”, afirmou Inês Sousa Real, na apresentação e discussão do Programa de Estabilidade, no Parlamento.
Para Inês Sousa Real, o peso desses riscos “não se compagina com uma lógica de cheque em branco que apenas exige à TAP um plano de cortes a régua e esquadro que apenas penaliza os trabalhadores dos escalões mais baixos”.
“É preciso que haja lugar urgentemente a uma auditoria à TAP, que investigue e ponha a limpo as negociatas dos acionistas privados e os negócios intragrupo, e que permita que se avance para a responsabilização daqueles que estão a lesar o erário público. Mas é preciso também que o dinheiro público sirva para financiar projetos ou atividades que contribuam para uma maior sustentabilidade ambiental”, defendeu.
O Programa de Estabilidade 2021/2025, aprovado pelo Governo em 15 de abril, prevê que o Produto Interno Bruto (PIB) cresça 4% este ano, abaixo dos 5,4% anteriormente previstos, e 4,9% em 2022. A dívida pública deverá ficar nos 128% do PIB, baixando depois para 114% em 2025, e o défice ficará nos 4,5% este ano, a partir de 2022 atingirá o valor de 3,2%, e a partir de 2023 voltará a ficar abaixo dos 3%.
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