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Compras ‘contactless’ já representam 40% dos pagamentos em Portugal

Menos de 10% das operações em terminais de pagamento eram efetuadas com recurso ao contactless no final de 2019. Agora, esta tecnologia, que dispensa a introdução do código PIN, já representa 40% dos pagamentos.
23 Fevereiro 2022, 11h45

A pandemia veio mudar a forma como fazemos os pagamentos. A tecnologia ‘contactless’, que dispensa a introdução do código PIN nos terminais, ganhou força, representando agora 40% dos pagamentos realizados com cartões nacionais e estrangeiros em Portugal. Os números foram avançados esta quarta-feira pelo Banco de Portugal.

“As marcas mais evidentes da alteração dos hábitos de pagamento dos portugueses são a escolha de instrumentos de pagamento eletrónicos, em detrimento dos que são baseados em papel, uma maior preferência por compras presenciais e online com cartão e o maior recurso à tecnologia contactless”, afirma o regulador.

De acordo com o Banco de Portugal, “no final de 2019, menos de 10% das operações em terminais de pagamento eram efetuadas com recurso à tecnologia ‘contactless’. Em abril de 2020, logo no início da pandemia, a tecnologia ‘contactless’ passou a ser utilizada em cerca de 20% das compras, mantendo uma tendência de utilização crescente desde então”.

“Reflexo da familiarização com esta tecnologia, da sua maior disponibilização e do alargamento do limite máximo ‘contactless’ para 50 euros, em dezembro de 2021, as compras ‘contactless’ representavam 40% dos pagamentos realizados com cartões nacionais e estrangeiros nos pontos de venda físicos em Portugal”, indica.

Em entrevista ao Jornal Económico, Luís Ribeiro, coordenador na área de desenvolvimento de sistemas da SIBS, já tinha indicado que o “número de operações sem contacto subiu imenso”, principalmente com o MBWay. “Hoje temos 3,7 milhões de utilizadores do MBWay”, naquele que é um “crescimento acima da média”, disse o responsável.

Aumento das compras com cartão

O crescimento na utilização da tecnologia contactless acontece numa altura em que houve um aumento das compras com cartão. “Os dados sobre as compras e os levantamentos de numerário entre 2019 e 2021 confirmam a crescente preferência por compras com cartão, presenciais e online”, adianta o regulador liderado por Mário Centeno.

Enquanto em 2021 as operações de compra cresceram 9,2% face a 2019 (mais 125,5 milhões de transações), os levantamentos de numerário diminuíram 20,2% (menos 90,7 milhões de operações). A mesma evolução foi sentida no valor destas operações: os levantamentos de numerário ficaram ainda 9,2% aquém dos valores registados em 2019 (menos 2,8 mil milhões de euros), enquanto as compras com cartão ultrapassaram os valores pré-pandémicos, com um crescimento de 8% (mais 4,1 mil milhões de euros).

“O valor médio dos levantamentos de numerário cresceu entre 2019 e 2021, passando de 69,2 euros para 78,8 euros (+13,9%), o que evidencia que houve menos levantamentos de numerário, mas de valor unitário superior”, refere.

Já a utilização de cheques para pagamentos sofreu uma quebra, enquanto as transferências, que representaram 58% do valor total dos pagamentos efetuados em 2021, cresceram 19% em quantidade e valor relativamente a 2019.

No último ano, os portugueses efetuaram 3,1 mil milhões de pagamentos de retalho, através do sistema de compensação interbancária, no valor de 564,3 mil milhões de euros, atingindo novos máximos históricos. Estes números correspondem, respetivamente, a crescimentos anuais de 13,7% e 12,5% face a 2020 e de 3,3% e 7,9% face a 2019.

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