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Sporting comprou VMOC’s ao BCP com um desconto de 83 cêntimos por cada título de um euro

A SAD do clube lisboeta reportou duas operações com um valor conjunto de pouco mais de 14 milhões de euros, o que representa um desconto de 83 cêntimos por cada título de um euro.
11 Março 2022, 22h18

O Sporting comunicou esta sexta-feira à Comissão do Mercado e Valores Mobiliários (CMVM) a recompra dos Valores Mobiliários Obrigatoriamente Convertíveis (VMOC) por um valor unitário de 0,168 euros (16,8 cêntimos), numa operação que totalizou pouco mais de 14 milhões de euros e que deu seguimento ao desejo do Millennium BCP de terminar com a sua exposição aos clubes de futebol nacionais. Este valor representa um desconto de 83 cêntimos em cada titulo, que tinha um valor nominal de um euro.

A SAD do clube de Lisboa reportou ao regulador duas operações, uma com um volume de 27.416.953 e outra de 56.000.000 de títulos, e ambas com um valor unitário de 0,168 euros, o que perfaz, respetivamente, 4.606.425 e 9.408.771 euros. Recorde-se que os títulos haviam sido emitidos com o valor nominal de um euro, recorda o especialista de mercados Marco Silva.

“Os VMOC foram emitidos pela Sporting SAD em 2011 e 2014 num valor total de cerca de 135 milhões de euros, a 1 euro cada título. O Novo Banco e o BCP foram os subscritores, cabendo ao antigo BES 51,4 milhões e ao banco liderado por Miguel Maya 83,4 milhões de euros”, explica. As ações do Sporting começaram o ano de 2011 nos 0,69 euros e acabaram por fechar nos 0,42 euros, tendo, em 2014, arrancado nos 0,75 e terminado nos 0,47 euros, acrescenta.

“Em 2019, o clube renegoceia e, de acordo com o comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a SAD ficou com a possibilidade de recomprar a totalidade de VMOC (Valores Mobiliários Obrigatoriamente Convertíveis) a 30 cêntimos”, continua. Ou seja, já na altura um desconto de 70 cêntimos por cada titulo de um euro. As operações reportadas esta sexta-feira revelam um desconto ainda maior aplicado pelo Millennium BCP, mais precisamente de 83 cêntimos por cada título.

“O Millennium BCP tornou público há vários anos que ia sair do financiamento aos clubes de futebol. No final de 2021, apenas mantínhamos a exposição ao Sporting. Esses ativos, créditos, VMOC e todas as exposições passíveis de serem alienadas foram colocadas em mercado junto de investidores institucionais num processo estruturado, que permitiu definir o preço que minimiza as perdas do Millennium BCP”, havia dito ao JE fonte oficial do banco liderado por Miguel Maya.

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