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Ikea volta a pagar por morte de criança. Novo acordo atribui indemnização de 41 milhões de euros a família dos EUA

“Nunca pensámos que uma criança de dois anos pudesse fazer com que uma cómoda de apenas 76 centímetros de altura caísse e o sufocasse”, afirmaram os pais depois do acordo. “Só mais tarde soubemos que era instável por design”, disseram.
7 Janeiro 2020, 11h50

A empresa sueca de móveis IKEA concordou em pagar 46 milhões de dólares (41 milhões de euros) aos pais de uma criança que morreu esmagada por móveis da empresa.

De acordo com a BBC, Jozef Dudek, com dois anos na altura do acidente, morreu sufocado em maio de 2017 depois de uma cómoda Malm lhe cair em cima.

O móvel em questão, com 32 quilos, tinha sido recolhido um ano antes do acidente com Dudek devido a questões de segurança, precisamente devido à morte de outras três crianças que morreram por causa da queda de mobília. Segundo os advogados, este é o maior acordo de morte por negligência infantil da história dos Estados Unidos da América.

“Embora nenhum acordo possa alterar os trágicos eventos que nos trouxeram aqui, pelo bem da família e de todos os envolvidos, estamos agradecidos por esse litígio ter chegado a uma resolução”, disse uma porta-voz da Ikea. “Continuamos empenhados em trabalhar…para resolver esta questão muito importante de segurança em casa”, garantiu a mesma porta-voz.

“Nunca pensámos que uma criança de dois anos pudesse fazer com que uma cómoda de apenas 76 centímetros de altura caísse e o sufocasse”, afirmaram os pais depois do acordo. “Só mais tarde soubemos que era instável por design”, disseram. A explicação da instabilidade, segundo o chefe de gabinete do consumidor dos EUA, é que quando a gaveta abre acontece algo chamado “braço da alavanca” que faz a cómoda mover-se no seu próprio centro de gravidade, e que quando é colocado peso sobre esse “braço” dá-se o “torque” que faz com que o móvel caia.

A série ‘Broken’ da Netflix aborda o tema no episódio ‘Móveis Mortíferos’, onde os pais de crianças vítimas de quedas de móveis falam sobre o assunto. Janet McGee é uma das mães que fala sobre a empresa e sobre o acidente que vitimou o filho de 23 meses de idade, sendo que estes pensavam que o que aconteceu com o filho, em fevereiro de 2016, foi um “acidente isolado”.

Entre 2014 e 2017, morreram mais de 35 crianças nos EUA devido à queda de móveis da empresa sueca. Nas notícias norte-americanas, os móveis do Ikea foram apelidados de “o perigo escondido” nas casas americanas.

Em 2016, depois de dois processos por negligência infantil, o Ikea mandou recolher milhões de cómodas na América do Norte devido a preocupações de segurança. Até agora, esta foi a maior recolha de móveis da história da empresa sueca. Inicialmente, o Ikea aconselhou os consumidores a utilizar a montagem de parede.

Um processo conjunto devido à morte de Camden Ellis, Curren Collas e Ted McGee deu 50 milhões de dólares (44,7 milhões de euros) às três famílias das jovens vítimas. Agora, a empresa vai pagar quase o mesmo valor à família Dudek.

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