O investimento dos fundos de capital de risco das empresas do sector energético tem apresentado uma trajetória ascendente e regista uma taxa de crescimento anual de 17% há catorze anos. Aliás, entre 2018 e 2020 as energéticas investiram 5,98 mil milhões de euros em empreendedores com tecnologias inovadoras para a sua indústria.
A conclusão é do estudo “Energy Trends”, elaborado pela consultora NTT Data, cujo objetivo é dar uma visão geral das atuais tendências macro do sector energético, em termos de investimentos de capital de risco em startups tecnológicas e novos modelos de negócio, oferecendo a possibilidade de antecipar potenciais mudanças, considerando os investimentos efetuados.
Para Luís Vaz de Carvalho, associate partner da NTT Data Portugal e responsável de Utilities na empresa, este relatório “demonstra que o sector energético está muito empenhado em inovar para melhorar a vida dos cidadãos de todo o mundo, o que se traduz no surgimento de novas fontes de energia e tecnologias, que contribuirão para um planeta mais verde e mais qualidade de vida das populações”.
A análise – que abrangeu as 33 maiores empresas do sector energético por volume de negócios – permitiu perceber que houve uma mudança substancial em relação à liderança das companhias de eletricidade sobre as companhias petrolíferas. Esta é uma tendência que se inverteu nos últimos três anos, tendo as últimas assumido a liderança, ao participar em mais 20% de investimentos do que as companhias elétricas.
Nos dois anos estudados, foram feitos 317 investimentos em 258 startups. O montante médio dos cinco maiores novos investimentos foi de 200 milhões de dólares.
Os principais hubs de investimento, tendo por base as sedes das startups que receberam investimento, encontram-se nos Estados Unidos e na Europa, com a Califórnia e a Alemanha a destacarem-se. Os Estados Unidos são responsáveis por quase 50% de todos os casos de investimento, enquanto o Velho Continente é responsável por quase 40%. No entanto, estes locais de investimento estão a criar espaço para os mercados emergentes, em particular o Médio Oriente (realizou 8% do total dos investimentos efetuados).
“Estes dados (volume de investimento, número de casos, CVCs, investimento em startups) deverão continuar a aumentar ano após ano, devido ao impulso potenciado pela ajuda governamental e pelas medidas lançadas a favor destes novos modelos. O investimento direto em energias renováveis através dos fundos Next Generation, ou o empenho dos Estados Unidos e da Ásia em modelos de produção, armazenamento e mobilidade mais limpos, levam-nos a prever um crescimento exponencial da inovação no sector nos próximos anos, aplicando modelos disruptivos que aumentam o valor do sector energético e as suas possíveis aplicações”, aponta o documento.
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