O Guardian revela como Isabel dos Santos conseguiu usar a sua influência e estatuto para construir uma fortuna avaliada em dois mil milhões de dólares, à custa do Estado de Angola.
Uma investigação de um consórcio internacional de jornalistas de investigação (ICIJ), sugere que Isabel dos Santos beneficiou de imensas oportunidades derivadas de Eduardo dos Santos, antigo presidente de Angola e pai de Isabel dos Santos, enquanto dirigiu o país.
Os Luanda Leaks têm 715.000 documentos, entre e-mails, contratos, auditorias, e contas que foram obtidas por uma plataforma de denunciantes em África (PPLAAF), que depois foi partilhada com a ICIJ.
De referir que Isabel dos Santos já tinha negado ter sido beneficiado pelo Estado de Angola, e diz que existe um ataque concertado da atual governação do país contra si, com motivações políticas.
Os documentos a que o ICIJ teve acesso refere uma rede opaca com 400 companhias, muitas delas offshores, ligadas a Isabel dos Santos, e ao marido, Dokolo e os seus associados, e também a assistência dada por parte de companhias europeias e americanas.
A documentação dá indícios de que a Sonangol vendeu a Dokolo uma participação na Galp, avaliada em 750 milhões de euros depois de um empréstimo de 11 milhões de euros.
Um total de 115 milhões de euros em pagamentos a firmas de consultorias, ordenadas por Isabel dos Santos, enquanto dirigente da Sonangol, que foram desviados para uma companhia do Dubai controlada pelos seus associados.
Uma ‘business venture’ com uma empresa estatal de diamantes que resultou alegadamente em 200 milhões de euros em dívida pública, que sustentava uma marca de jóias suíças que eram parcialmente detidas por Dokolo.
Duas empresas de Isabel dos Santos e empresas por si contratadas angariaram 500 milhões de dólares em ‘fees’ de uma empresa do Dubai localizada em Luanda.
O Jornal Económico já tinha avançado as ligações que Isabel dos Santos possua com a Rússia, onde passou a ser Isabel Dosovna Kukaeva, cidadã russa, com passaporte russo, num processo diretamente acompanhado pelo presidente Vladimir Putin. O mesmo arrigo refere que Isabel dos Santos detém uma rede de sociedades ‘offshore’, contas em vários bancos, é uma ‘trader’ de petróleo e lidera a venda de bilhetes na Rússia.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) anunciou também que abriu uma investigação à denúncia apresentada por Ana Gomes em relação a várias operações realizadas por Isabel dos Santos em Portugal.
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