“É fundamental que o dinheiro que se gera seja investido em fundos e empresas que contribuem para a neutralidade carbónica”, defendeu Sofia Santos, professora do ISEG e fundadora da Systemic, no Fórum Sector Segurador 2022, promovido pelo Jornal Económico.
Num painel dedicado à sustentabilidade no sector dos seguros, a economista especializada em financiamento verde, climático e sustentável afirmou que o sector pode contribuir para este desafio de variadas formas, listando, entre os principais objetivos a nível corporativo, a compensação das suas emissões, olhando para o desafio como uma “oportunidade” que pode “promover a dinamização da economia.
Sofia Santos sublinhou o papel que as seguradoras têm, tendo em conta os riscos de transição, para ajudar os seus clientes a incorporar os riscos climáticos através dos produtos apresentados.
José Galamba de Oliveira, Presidente da Associação Portuguesa de Seguradores, sublinha que a sustentabilidade “não é um tema novo para as seguradoras, tendo tido “um papel histórico de preocupação, nomeadamente para o risco climático.
“É uma temática que vem de trás, está na agenda de todos. Existe muita regulação que está a ajudar contribuir para um enquadramento, que é indutora de bons comportamentos e práticas. É um sector que investe muito à escala global, incentivando a boas práticas”, explicou, sublinhando que a sustentabilidade é um tema “caro” para o sector.
Segundo Galamba de Oliveira, a “incorporação de riscos climáticos é algo que está a acontecer de forma global em todo o sector”.
Questionado sobre de que forma pode a guerra na Ucrânia na agenda de sustentabilidade do sector dos seguros, o dirigente considera que o sector pode ter um papel muito importante na transição energética, com a descarbonização a médio prazo.
Joaquim Simplício, Administrador da Mútua dos Pescadores, explicou que o tema da sustentabilidade “não é um tema de hoje nem de ontem, mas sim de décadas”, num negócio em que a pesca se faz representar em 70%.
“Não selecionamos riscos que tem práticas agressivas, ilegais e que podem pôr em causa a própria sustentabilidade, a questão reputacional. Se aceitarmos riscos que rompem com esses princípios e com políticas agressivas e risco superior”, explicou.
Nas palavras de Angel Macho, Chief Business Office Espanha/Portugal da Berkley, a “sustentabilidade é um tema-chave para as seguradoras. “Há estudos que apontam para mais de 100 mil milhões de dólares associados a eventos catastróficos decorrentes das alterações climáticas”, o que está diretamente ligado à “indústria seguradora”.
Segundo Macho, existe também uma razão “reputacional”: “as empresas estão a mudar a sua forma de mostrar ao mundo as suas ações mais sustentáveis. Não é só um tema macro, mas também micro, que tem de ser abordado por todos os tipos de empresa e dimensão”.
Por sua vez, Oscar Herencia, Vice-Presidente do Sul da Europa e Diretor Geral da MetLife Ibéria, deu a conhecer de que forma o grupo Metlife dá o seu contributo para o caminho da sustentabilidade.
“Nos seus 154 anos de história, a MetLife sempre mostrou um compromisso enorme com a sociedade e com um mundo melhor”, explicou Herencia.
Atualmente, o grupo tem 11 compromissos organizados em vários grupos, propondo-se a conseguir ter operações neutrais em termos de carbono, reduzir as emissões dos gases de efeitos de estufa e obter a certificação de sustentabilidade para os nossos edifícios e escritórios”.
Até 2030, o grupo vai investir 500 milhões de dólares no desenvolvimento de soluções climáticas inovadoras.
Além disso, a MetLife tem vindo a consciencializar os clientes, parceiros e fornecedores para a importância das regras seguidas internamente no caminho da sustentabilidade.
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