O líder parlamentar do PS Madeira, Rui Caetano, apontou para problemas relacionados com o desgaste da classe docente, a autonomia e burocracia nas escolas, bem como a forma como a fusão das mesmas tem sido levada a cabo pelo Governo Regional.
Com o aproximar do ano letivo 2022/2023, o PS-Madeira lamentou os problemas afetos à Educação que a região enfrenta, acusando o Governo Regional de inércia nesta questão.
Em conferência de imprensa realizada junto à Secretaria Regional de Educação, Ciência e Tecnologia, o líder parlamentar do PS Madeira no parlamento madeirense, Rui Caetano, referiu que as escolas estão preparadas para receber os alunos, culpando o Governo Regional, ao mesmo tempo que elogiou a capacidade dos professores e dos conselhos executivos.
“Nem tudo está bem na Educação e nas escolas na região”, afirmou Rui Caetano, acrescentando que “há um conjunto de problemas que nunca foram resolvidos e, muito menos, mitigados”.
O problema torna-se mais premente tendo em conta o facto de este ser o último ano de mandato deste Governo Regional, considera o parlamentar, constatando que “os problemas na Educação continuam a ser exatamente os mesmos”, reforçou.
Rui Caetano referiu ainda a reivindicação da autonomia das escolas, a qual, considerou, “não pode ficar apenas nos discursos e nas palavras bonitas”. Na ótica do deputado socialista, é preciso dar meios e condições para que os estabelecimentos de ensino possam mesmo ter autonomia e possam fazer um trabalho diferenciado junto dos alunos e dos professores, algo que, sublinhou, não é possível com apenas 4% do orçamento.
Outra questão remonta ao problema com a burocracia nas escolas: “Como é possível que, ao longo de todos estes anos, o senhor secretário regional da Educação tenha falado na redução do peso burocrático dentro das escolas e, ano após ano, esse peso seja cada vez maior?”, indagou Rui Caetano, lembrando que a quantidade de papelada que é exigida aos professores “é cada vez maior”, principalmente quando se priorizam “atividades inúteis que não acrescentam nada à aprendizagem dos alunos” considerou.
Um terceiro problema apontado pelo parlamentar socialista teve que ver com o “desgaste” dos professores e a questão da avaliação dos docentes, acusando a Secretaria Regional de “nada fazer” para evitar esta situação.
“O sistema de avaliação em vigor é um sistema que não avalia nada, que apenas cria injustiças e problemas entre os professores”, observou o deputado socialista. Neste ponto, critica o Governo por nada fazer quando este “tem poder, meios e competências para alterar essa matéria”.
Um outro ponto que mereceu crítica da oposição socialista teve que ver com a fusão de escolas. Rui Caetano vincou que estas decisões têm que ser tomadas com critérios e fundamentos claros, mas o Governo Regional recorre à fusão de escolas de “forma unilateral, prepotente e sem ouvir as entidades locais”, considera, acrescentando ser algo “completamente inaceitável”.
Rui Caetano fez ainda um apelo: o deputado socialista defende a realização de um estudo à implementação dos manuais digitais no sistema de ensino regional por achar que o Governo Regional continua a não fazer o “fundamental para o sucesso deste projeto” pelo que “não está a ser feita uma avaliação adequada e próxima de todo este processo”, constatou.
“Nós não queremos criar novos infoexcluídos, alunos que, pelas dificuldades que sentem, por uma ou outra razão, não tenham em casa os apoios adequados” para a sua aprendizagem, concluiu o líder da bancada socialista, sugerindo que esse estudo científico deve ser feito pela Universidade da Madeira.
