O I.G.C.P – Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública – emitiu esta quarta-feira um total de 1.227 milhões de euros num leilão de Obrigações do Tesouro a seis e 14 anos.
No primeiro leilão duplo deste ano – o IGCP já fez uma venda sindicada e uma troca de dívida – a agência liderada por Cristina Casalinho pagou uma taxa negativa (-0,057%) para emitir 564 milhões em dívida com prazo em julho de 2026. O último leilão dessa maturidade foi em março do ano passado, quando Portugal pagou uma taxa de colocação de 0,763%.
Na dívida a 14 anos anos, o Tesouro pagou uma taxa de 0,555% para colocar 663 milhões de euros, face à yield de 0,49% num leilão em outubro de 2019.
Na maturidade mais curta, a procura superou a oferta em 2,43 vezes, enquanto na dívida com prazo mais longo o bid-to-cover ratio foi de 1,49%.
“Destaque para a emissão de seis anos por ser a primeira de longo prazo em que Portugal emite com yield negativa”, referiu Filipe Silva, diretor da gestão de ativos do Banco Carregosa.
“Os receios de algum abrandamento económico, juntamente com o Conoravirus, levaram os investidores a procurarem ativos de refúgio, pelo que as taxas das dívidas soberanas voltaram a comprimir”, adiantou.
Filipe Silva sublinhou que os recentes discursos de Christine Lagarde, presidente do Banco Central Europeu, e de Jerome Powell, chairman da Reserva Federal, “apontam para um ‘esperar para ver’ o que continua a suportar o mercado de dívida, não deixando grandes espectativas, pelo menos para já, de uma subida de taxas”.
[Atualizada às 11h25]
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