O governo chinês substituiu o diretor do Gabinete dos Assuntos de Hong Kong e Macau junto do Conselho de Estado. O anúncio partiu esta quinta-feira do ministro dos Recursos Humanos da China, que confirmou a retirada de Zhang Xiaoming deste escritório (GAHKM).
Zhang Xiaoming vai ser substituído por Xia Baolong, vice-diretor da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês (CPPCC), o principal órgão consultivo do Partido Comunista Chinês, segundo relata a agência noticiosa “Reuters”. Ainda assim, Zhang Xiaoming irá continuar como diretor adjunto do GAHKM, ficando encarregue das operações diárias do gabinete.
O novo diretor do GAHKM, Xia Baolong, atuou como adjunto de Xi Jinping quando o agora presidente da China foi secretário do Partido Comunista na província de Zhejiang, de 2003 a 2007.
A alteração de postos surge numa altura em que os protestos em Hong Kong parecem estar atravessar o período mais calmo dos últimos sete meses, motivado pelo surto de coronavírus que obrigou a implementação do recolher obrigatório dos cidadãos da região semiautónoma.
Jean-Pierre Cabestan, professor de Ciência Política na Universidade Baptista de Hong Kong, disse que, pela primeira vez, “Xi Jinping tem os seus protegidos a tratar dos assuntos de Hong Kong” e acrescenta “embora isso possa dar ‘identidade’ a Hong Kong, certamente que colocará Hong Kong sob mais pressão política”.
Questionado pela imprensa internacional sobre a campanha liderada por Xia Baolong, em 2015, para desmantelar uma rede de igrejas ilegais, conferiram-lhe uma reputação autoritária. “Xia não é moderado e sempre demonstrou ser um servo zeloso de Xi Jinping. Podemos esperar que a sua postura continue igual”, disse Jean-Pierre Cabestan, citado pela mesma agência.
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