O presidente executivo do Novo Banco, António Ramalho, abordou esta sexta-feira os projetos-lei apresentados na Assembleia da República que visam limitar e, nalguns casos, proibir, a cobranças às comissões bancárias. O CEO da instituição financeira referiu que não é positivo quando “os políticos se passam por técnicos” nem quando “os técnicos se passam por políticos”.
Neste contexto, numa alusão aos deputados do PS, PSD, PE, PAN e PCP – os partidos que apresentaram propostas às alterações na cobrança de comissões – o CEO do Novo Banco defendeu que “toda a gente está cheia de boas intenções teóricas”. Mas deixou um alerta: “o inferno está cheio de boas intenções teóricas”.
Na sua opinião, teme que a “gratuitidade inadequada” na prestação de serviços bancários leve a que “os serviços deixem de ser prestados ou que passem a ser prestados com uma qualidade desadequada”.
Em particular, António Ramalho mostrou-se “preocupado quando alguém sugeriu não deveria haver transferências de fundos para plataformas eletrónicas que estão fora da União Europeia [por causa do Brexit] e que curiosamente vivem de licenças da Lituânia”. A concretizar-se, defendeu, poder-se-ia dar lugar ” a uma promoção direta do offshore transacional do sistema de pagamentos”.
O Novo Banco tem 0,8% do seu ativo em comissões, o que compara com um custo da sua estrutura operacional de 1,1%.
Esta quinta-feira, os projetos-lei apresentados pelo PS e PSD foram aprovados no debate na generalidade da Assembleia da República, tendo sido retiradas da votação as do BE e do PCP, que desceram à Comissão de Orçamento e Finanças.
António Ramalho abordou o tema esta sexta-feira durante a conferência de imprensa de apresentação dos resultados anuais do Novo Banco relativos ao exercício de 2019. No consolidado, o Novo Banco registou prejuízos de 1.059 milhões de euros, sendo que o banco “bom” apresentou um resultado líquido positivo de 177,6 milhões, o que compara com o resultado líquido negativo de 77,2 milhões de euros, registado no ano passado.
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