O eurodeputado eleito pelo CDS-PP, Nuno Melo, apresentou uma proposta de resolução onde insta a Comissão Europeia a “assumir uma posição clara de repúdio e condenação” pela suspensão de voos da companhia aérea TAP de e para a Venezuela. Nuno Melo considera que a TAP está a ser usada como “instrumento político” e que a suspensão das operações é “incompreensível” num Estado de Direito.
A proposta de resolução foi apresentada por Nuno Melo, em parceira com os eurodeputados espanhóis Esteban González Pons e Leopoldo López Gil (pai de Leopoldo López, crítico venezuelano do regime de Nicolás Maduro), e “exorta a Comissão Europeia a assumir uma posição clara de repúdio e condenação da suspensão de voos da TAP, em violação dos princípios de Direito e comércio internacional”.
Os três eurodeputados – todos eles do Partido Popular Europeu (PPE) – consideram que a TAP está “a ser usada como instrumento político pelo regime ditatorial da Venezuela” e alertam para o impacto negativo que a medida para as comunidades existentes no país. Só portugueses e lusodescendentes a viver no país são cerca de 300 mil, cerca de 80% dos quais originários do arquipélago da Madeira.
“Trata de uma medida gravosa para as diferentes comunidades presentes naquele país que pretendem viajar para a Europa, sendo certo que a empresa portuguesa é uma das poucas companhias áreas com voos regulares para Caracas”, sublinham os eurodeputados.
O ministro dos Transportes da Venezuela, Hipólito Abreu, anunciou, na quinzena de fevereiro, a decisão de suspender as operações da TAP para o país, por um período de 90 dias. Hipólito Abreu justificou a decisão com as “graves irregularidades cometidas no voo TP173” por ter permitido que Juan Márquez, tio do líder da oposição, Juan Guaidó, pudesse transportar explosivos durante a viagem.
Segundo os eurodeputados, tais acusações são falsas, tal como é “falso” que a TAP tenha ocultado a identidade do tio do líder da oposição venezuelana num voo para Caracas, violando padrões internacionais. Os três eurodeputados dizem ainda que a suspensão imposta pelo Ministério dos Transportes da Venezuela é “incompreensível” tendo em conta “os princípios de um Estado de Direito”.
O presidente da TAP, Antonoaldo Neves, estima que a suspensão das operações aéreas entre Portugal e a Venezuela tenha um impacto negativo de cerca de 10 milhões de euros para a empresa portuguesa.
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