No dia do tudo ou nada, os Touros não faltaram à chamada e conseguiram evitar a pesada sentença de um Bear Market em Wall Street.
Uma situação que, a ocorrer, iria por termo à até agora indomável correria dos Touros desde 2009, registando assim o mais prolongado e lucrativo período de expansão da história dos índices norte-americanos, com o abrangente S&P 500 a multiplicar por mais de cinco o seu valor desde os mínimos atingidos há 11 anos. Curiosamente, também a 9 de Março, sendo que em 2020 o índice deu um trambolhão como há muito não acontecia.
Na terça-feira 10, e não obstante duas tentativas de incursão em território negativo falhadas, o sentimento acabou por desanuviar a partir das duas da tarde, altura em que começou a ser evidente que Trump pretende lançar estímulos à economia para travar a inevitável onda de efeitos secundários negativos resultantes da epidemia de coronavírus.
Duas medidas em cima da mesa são a isenção de impostos sobre o rendimento até ao final do ano e o alargamento do período de ausência por doença. A serem aprovadas pelo Congresso norte-americano, estas medidas irão certamente dar um empurrão significativo a Trump na corrida à reeleição, objectivo que o actual presidente não deixará de querer ver cumprido, diria mesmo a quase todo o custo.
No mesmo dia ficou ainda evidente que dificilmente a FED não irá replicar o movimento de corte nos juros decidido há escassos dias, empurrando o custo do dinheiro para perto dos 0%, o que daria outra resiliência à maior economia mundial numa altura em que se avizinham tempos complicados.
A recuperação dos sectores foi transversal e todos averbaram ganhos significativos que oscilaram entre os 6,6% nas tecnológicas e os 1,1% nas utilities, com boa parte dos restantes a valorizar pelo menos 4%. Ou seja, foi um movimento ascendente robusto e com volume a reforçar esse optimismo, dado os mais de 15 biliões de negócios efectuados, muito acima dos 11 biliões de média no último mês e mais do dobro dos 7 biliões transaccionados em média em períodos normais de mercado.
Hoje, quarta-feira 11 de Março, será o segundo grande teste à perseverança dos Touros, até porque em termos técnicos o principal índice accionista poderá efectuar um padrão de duplo fundo, ou, em caso contrário, afundar para os mínimos de Dezembro de 2018 e entrar no famigerado Bear Market. Em ambos os casos é quase certo que a volatilidade irá manter-se elevada, o que reforça o conselho de cautela com a alavancagem.
O gráfico de hoje é do S&P 500, e o time-frame semanal.
O valor do índice esteve muito perto de testar a linha móvel dos cinquenta períodos (linha azul), que serviu de suporte no passado, sendo que agora ainda está a funcionar quase como um íman até existir esse teste efectivo.
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